“A eleição nacional vai ter um grande impacto na local”, diz Tâmara Azevedo, pré-candidata do PSOL ao Senado

Em meio à discussão sobre a influência da eleição nacional sobre o pleito na Bahia, a pré-candidata do PSOL ao Senado, Tâmara Azevedo, afirmou, durante entrevista com o editor-chefe do Portal M! e colunista do jornal A Tarde, Osvaldo Lyra, que acredita que haverá “um grande impacto”.

Ela disse, no entanto, acreditar que a eleição não está “dada”, e garantiu que fará um esforço “muito grande”, para eleger o pré-candidato do PT à presidência, Luis Inácio Lula da Silva, “já no primeiro turno”.

“Essa é uma orientação nacional do nosso partido. Nós estamos aqui na Bahia, para onde vamos, levamos o nome do presidente Lula e a gente acredita que há sim, impacto nacionalmente nas eleições locais neste ano. E a gente acredita que há um impacto na relação da imagem com Lula”, disse.

Ela também afirmou que, tem visto muita gente utilizar a imagem de Lula, inclusive com certo grau de apoio.  “Estamos vendo é muita gente utilizando a imagem do presidente Lula e até com certo grau de apoio, mas na verdade, é ‘Lulista de aluguel’, quando você vai estudar a história, vai se referenciar na história, vendo os fatos políticos que aconteceram, inclusive no Senado, fica claro que existe uma brecha gigantesca, um fosso gigantesco, entre defender o nome do companheiro Lula e na prática, garantir que essas defesas se transformem em ganhos reais para a população brasileira e na Bahia. É isso que a gente tem visto, a gente é Lula de verdade, a gente está na base, a gente tá na construção popular, e vamos sim, lutar para garantir essa eleição também, do companheiro Lula no primeiro turno”, comentou.

A pré-candidata do PSOL também comentou o fato do pré-candidato a deputado federal por São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) abrir mão da disputa à presidência para buscar uma vaga na Câmara. Ela também apontou que existe o desejo em torná-lo o deputado federal mais bem votado do país.

“Nós temos como grande liderança, o companheiro Guilherme Boulos, que foi de forma bastante generosa, concorrendo a uma vaga em São Paulo a deputado federal. O que a gente acredita e tem feito um esforço gigantesco, para que ele seja o deputado federal mais bem votado do Brasil, dando resposta nas urnas à família metralha, os bolsonaristas, com Boulos sendo o deputado federal mais bem votado”, apontou.

Reconstrução 

Por sua vez, ao ser perguntada sobre a sua expectativa, e qual a principal pauta que deve ser colocada como prioridade pelo Congresso a partir do próximo ano, Tâmara apontou que a principal medida será “reconstruir o Brasil”.

“A realidade de 2023 não é a realidade de 2003. Nós temos aí, um desafio gigantesco de reconstruir o Brasil, reconstruir as instituições brasileiras, de voltar a 2016 e desmontar essa reforma trabalhista, rever os erros e equívocos que estão jogando o Estado brasileiro ao completo caos. Então, eu acho que os senadores que serão eleitos, precisarão de um alinhamento muito grande, tanto senadores e deputados, e de uma consonância muito grande com a população. É importante ouvir a população nesse novo momento, que vai ser um momento de reconstrução”, disse.

Para tanto, a pré-candidata do PSOL afirmou que será necessário construir com o “novo”.  “Ninguém monta uma casa nova com velhos tijolos, a gente monta uma casa nova com coisas novas, com gente nova, para poder arejar essa discussão politica e garantir que nós tenhamos os nossos direitos, que foram retirados, inclusive, esse é o primeiro de todos os pontos da contribuição que o PSOL deu ao programa do presidente Lula nacionalmente”, revelou.

Isenção do ICMS

Já sobre a decisão pela isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis, a pré-candidato afirmou que se trata de “uma maquiagem” feita pelo governo Jair Bolsonaro “PL”, que irá durar “três ou quatro meses”.  Além disso, ela criticou a medida porque acreditar que ela compromete a arrecadação dos Estados.

“Uma piada, porque tudo isso que está sendo montado pelo governo Bolsonaro, é uma maquiagem que vai durar três ou quatro meses. Então, essa questão do ICMS, comprometer a arrecadação dos estados e ele não tem nenhum tipo de ônus, não mudar a politica de regulação dos preços de combustíveis, isso é um verdadeiro faz de conta, a gente vai garantir que o petróleo fique em determinado patamar, que a gasolina, o diesel fique em determinado patamar durante um período e depois, isso vai fugir completamente do controle”, disse.

Ela também lembrou a inflação no país, e defendeu a necessidade da população “dar um basta”. “A gente entra em um supermercado e nos assustamos, é um verdadeiro quadro religioso dentro do supermercado, porque você só vê as pessoas falando ‘Ai meu Deus, o que é isso’, ‘Nossa Senhora’, o susto que as pessoas estão tomando  com o preço das coisas. Então, Bolsonaro deveria deixar de ser irresponsável e mais que isso, acho que a sociedade brasileira está na hora de dar um basta e deve, nas urnas, dar a resposta a esse desgoverno, que está destruindo as nossas vidas, a economia do nosso pais, nosso meio ambiente, enfim, já basta”, afirmou.

Reformas necessárias

A pré-candidata ao Senado também apontou quais as principais reformas que o Brasil precisa aprovar. Para ela, a questão da reforma trabalhista é a primeira de todas. Mas, questionou a necessidade de andamento da reforma política.

“O que eu acho mais interessante é que a gente não sai do lugar, é em relação à reforma política. É sempre um simulacro para a manutenção dos mesmos no poder. Ou a gente aproveita essa eleição e troca esses quadros, aí é importante que o povo baiano atente a não votar no centrão, porque nós estamos nessa situação, exatamente por isso, atente para que seu voto, que é sua arma, sua voz nessa eleição, seja muito bem utilizado, porque essa turma que está mantida no poder, não tem o menor interesse em mudar essa realidade”, ressaltou.

Além da reforma, ela também questionou o fato das mudanças de normas e regras para as eleições. “A gente nunca disputa duas eleições com as mesmas normas e as mesmas regras, é impressionante. As regras sempre mudam, para garantir que os mesmos se mantenham no poder”, apontou.

Tâmara também comentou a aprovação do fundo de campanha para as eleições e teceu críticas ao fato de que, partidos como o PSOL, possuem uma fatia menor, com o objetivo de garantir o “status quo de quem está aí”.

“Então, o que está acontecendo agora? Foi aprovado um orçamento gigantesco para as eleições, com os fundos de campanha, de forma desigual, porque nós não temos, enquanto PSOL, um partido pequeno, de esquerda, não vai ter o mesmo volume de recursos dos candidatos que aí estão. Então é uma coisa extremamente desigual, para garantir o status quo de quem está ai”

Por fim, a pré-candidato ressaltou a defesa pelo financiamento público pequeno e pelo financiamento cidadão, que, segundo ela, é uma medida que já vem sendo trabalhada em outras campanhas do partido.

“A população pode contribuir com qualquer quantia, para nossas candidaturas. Então, nosso site está no ar, que é o: votolegal/tamaraazevedo, onde qualquer pessoa pode contribuir para a candidatura, e mais do que isso, temos um canal aberto para que a população participe e discuta as principais bandeiras que nós estamos empenhados, para que no Senado, nós possamos votar e ter uma representatividade e uma representação a altura do que o povo baiano precisa”, concluiu.