“A Barra não suporta mais o excesso de público e de violência”, afirma Moisés Rocha

“A Barra não suporta mais o excesso de público e de violência”. A avaliação é do presidente da Comissão do Carnaval, da Câmara Municipal de Salvador, vereador Moisés Rocha (PT). Ele aponta a necessidade de fortalecimento dos circuitos Osmar e Batatinha para reduzir o “inchaço” do Circuito Dodô.

“Ou se cria um circuito novo, ou fortalece os circuitos Osmar e Batatinha. Quem quiser pensar o Carnaval de Salvador, vai ter que pensar numa fórmula alternativa. Pra mim, essa coisa de transformar o circuito Osmar em afródromo é segregacionismo. Os blocos tem que tocar no circuito Dodô e no Circuito Osmar, tem que tocar nos dois. Para tocar no Centro deveria ter um estímulo, ao invés dessa mentira de bloco sem cordas”, enfatiza. 

O vereador Moisés Rocha deve elaborar nas próximas semanas o relatório sobre a festa momesca. Em sua análise da folia, o petista destacou pontos negativos que prejudicaram os comerciantes, principalmente os do Pelourinho.  “A burocracia atrapalhou o Carnaval do Pelourinho. Foi horrível para os comerciantes do bairro. A festa estava cheia de inspeções desnecessárias, que não tinham antes, e em espaços que já existem e já estão consolidados no Centro Histórico de Salvador”, disse.

De acordo com o vereador, a proibição de arrastões dentro das ruas do Pelourinho dificultou também a atração de foliões. “Os fiscais proíbiram também aos ambulantes, que já estão consolidados no bairro, de comercializarem outras marcas. Há excesso e faz tempo que isso acontece e é denunciado”, afirmou.  

Para ele, um ponto positivo da festa foi a participação, espontaneidade e resistência dos blocos afros e afroxés. “E a manutenção da chama da cultura do samba. Tudo isso está relacionado a população negra desta cidade”, finalizou.