Psicólogo Sergio Manzione aponta sinais clássicos do relacionamento tóxico; saiba como identificar

O recente caso envolvendo os atores americanos Johnny Depp e Amber Heard, sua ex-esposa, reacendeu o alerta para as relações tóxicas. Mas você sabe como identificar se está em uma situação como esta? Neste episódio do Podcast do Portal M!, o psicólogo Sergio Manzione, fala sobre as relações tóxicas e aponta seus sinais clássicos.

De acordo com o especialista, o principal dos sinais é a sensação constante de inadequação – a pessoa não se sente bem naquele relacionamento. Segundo ele, isso pode ser algo muito sutil entre o relacionamento tóxico e o abusivo.  

“Esses sinais também indicam uma rejeição, é algo que vai sugando sua energia, você vai perdendo a identidade, não fala mais de você, apenas do relacionamento. A pessoa não se sente segura, é sempre alvo de instabilidade, e podemos dizer que a relação é um veículo de negação, a pessoa vai contra seu amor próprio”, lista.

Sergio Manzione é psicólogo clínico, especialista em avaliação psicológica, além de psicoterapeuta, palestrante, administrador e mestre em engenharia da energia. Ele acumula mais de 35 anos de atividades profissionais.

Outro sinal listado pelo especialista é a dependência emocional, em que a pessoa vive em função do outro. “Se o humor do outro está bom, eu estou bem, se o humor do outro não está bom, eu não estou bem. São momentos de instabilidade, em que você nunca sabe o lugar em que está nesse relacionamento”, pontua.

Em decorrência disso, Manzione explica que a autoestima de quem sofre com a relação tóxica vai caindo gradativamente até entrar em colapso, em alguns casos. A pessoa passa a se sentir inferior, tendo seu crescimento individual podado pelo outro. “E também tem até o medo de ficar sozinha, acha que não pode. Ninguém quer ficar sozinho, mas é melhor do que mal acompanhada”, ressalta.

Desfechos trágicos

Segundo Manzione, é importante saber identificar esses sinais, até como forma de evitar possíveis desfechos trágicos, em função de um relacionamento tóxico que vai se transformando em abusivo.  

“A partir desse momento, surgem os tipos de violências: psicológica, moral, patrimonial, física e sexual. Tudo isso  vai se transformando em algo que deixa de ser uma instabilidade emocional, não que seja pouco, mas passa a haver agressões”, detalha.

Neste cenário, o psicólogo aponta que a vítima deste tipo de relacionamento passa a correr riscos, o que reforça a necessidade de recorrer à ajuda, bem como de falar sobre a situação.

“Em casos extremos, tem que procurar a polícia, mas em paralelo, se amplia a rede de apoio para que haja uma sustentação de familiares e amigos. Além disso, é preciso que esse fato seja amplamente divulgado em redes sociais de apoio. Então se está acontecendo algo, fale para a família, inclusive com a família da outra pessoa, porque a intervenção de terceiros pode amenizar isso, e mais importante: elas poderão orientar porque não estão emocionalmente envolvidas”, recomendou.

O especialista orientou também que, nestes casos, se utilize o Disque 100, para realizar denúncias de direitos humanos, o Disque 190, para buscar uma autoridade policial, ou o Disque 180, que é a Central de Atendimento à Mulher.

Confira a íntegra do podcast: