Pediatra ensina o que fazer em casos de ingestão de objeto estranho pelas crianças

No início desta semana, um caso triste chamou a atenção da mídia e de toda sociedade. Um garoto de 3 anos, Cauan Araújo Conceição, natural da cidade de Canavieiras, no sul da Bahia, morreu após passar um ano com um prego no pulmão. 

O caso, tido como negligência médica – pois a família diz ter levado a criança várias vezes a uma unidade municipal de saúde, e nenhum exame foi pedido -, é muito comum em crianças pequenas (menos de 4 anos) e idosos. 
 
Pediatra e diretor de defesa profissional da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), Cefas Oliveira, explicou ao podcast do Portal M! o que pode ter acontecido com o menino Cauan. Trata-se, segundo ele, de uma aspiração de corpo estranho. 

“O que aconteceu é que essa criança teve uma aspiração de corpo estranho, que é quando um objeto ou parte de um objeto entra na via respiratória. Isso pode levar a uma obstrução parcial ou total. No caso dessa criança o que me parece é que o prego levou a uma obstrução parcial e o diagnóstico não foi feito imediatamente. Isso levou a esse tempo para o diagnóstico”. 

Pediatra e diretor de defesa profissional da Sociedade
Baiana de Pediatria (Sobape), Cefas Oliveira

Sem tratar desse caso específico, o especialista explicou também no podcast os cuidados que os pais devem ter com a criança que engoliu algo ou que há suspeita de ter engolido. Ele destacou que em alguns casos os pais podem estar orientados a fazer algumas manobras para tentar desobstruir as vias respiratórias. 

“A primeira coisa a notar quando temos uma suspeita de aspiração de corpo estranho por uma criança é a tosse. Normalmente é um evento súbito. Há também outros sintomas como vômitos, dificuldade respiratória, som diferente na respiração.  Se os pais conseguirem ver esse objeto na boca da criança, esse objeto pode ser retirado. Mas nunca deve procurar às cegas esse objeto. Também nunca se deve virar a criança de cabeça para baixo. Caso não tenha capacidade para fazer isso, a minha orientação é levar a criança a um serviço de saúde”, orientou. 

Confira o podcast completo: