Oncologista Rodrigo Guedes revela avanços no rastreamento e tratamento de diversos tipos de câncer

Responsável por cerca de 30 mil novos casos em 2022, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o segundo mais comum no Brasil e o primeiro em todo o mundo, além de liderar o ranking de mortalidade. Mas, graças à ciência, há avanços importantes no  tratamento da doença e no próprio rastreamento, já que os tumores de pulmão costumam ser silenciosos, o que atrasa o diagnóstico e, consequentemente, prejudica o prognóstico.

Neste episódio do Podcast do Portal M!, o oncologista do Hospital Aliança e coordenador do serviço de Oncologia da Rede D’Or Bahia, Rodrigo Guedes, fala sobre as principais novidades relacionadas ao combate ao câncer.

Ele ressalta que o câncer de pulmão tem relação muito estreita com o tabagismo. Por isso, há protocolos de rastreamento específicos para fumantes através da tomografia de baixa radiação. “Não é uma política pública nacional, mas é feita a nível privado para o diagnóstico precoce do câncer de pulmão”, explica.

Já com relação ao tratamento, o especialista aponta que houve grande avanço, principalmente graças à melhor compreensão das mutações celulares relacionadas ao câncer de pulmão.

“Há um entendimento das várias mutações das quais que o câncer de pulmão pode ser decorrente, e algumas delas têm tratamentos-alvo já estabelecido no mercado brasileiro e mundial, por exemplo, a mutação EGFR, que já possui tratamento específico”, revelou.

Ainda segundo Rodrigo Guedes, a imunoterapia já foi testada e mostrou-se benéfica, levando ao aumento de sobrevida para os pacientes com câncer de pulmão. Segundo o Inca, este tipo de tumor é responsável por cerca de 13% de todos os novos casos de câncer, com incidência mundial de 1,8 milhão de novos registros.

O oncologista também falou sobre a dificuldade em diagnosticar de forma precoce dois tipos de câncer muito agressivos: pâncreas e ovário. No primeiro caso, Guedes afirma que ainda é um problema a ser solucionado, “porque fica em uma região muito especifica e não dispomos de exames eficazes para esse tipo”.

No entanto, o especialista revelou que existem alguns avanços no tratamento, principalmente em uma porcentagem pequena, que são os que apresentam a mutação BRCA. “Uma medicação específica pode ser oferecida”, afirmou. 

Já o câncer de ovário tem situação muito semelhante o de pâncreas, pela dificuldade de ser diagnosticado de forma precoce. “Mas, por outro lado, há avanços, existem medicações inibidoras que estão disponíveis”, apontou.

Por fim, o oncologista também falou sobre um avanço no tratamento do câncer reumatológico. Segundo ele, existe um procedimento na área de imunoterapia, que retira a célula de defesa para potencializá-la no combate à célula cancerígena.

“Ela é reinserida para atacar essa célula de forma mais eficaz. Ela é aprovada para alguns tipos de tumores reumatológicos. E no Brasil, dois centros foram pioneiros: o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e o São Rafael, aqui em Salvador. É um novo tratamento que traz grande esperança”, destacou.

Confira a íntegra do podcast: