Médica esclarece dúvidas sobre cuidados paliativos e reforça a importância da terapia multidisciplinar

Uma terapia indicada a qualquer paciente com uma doença que ameaça a vida. Assim a médica Yanne Amorim define o conceito de cuidados paliativos.

O quadro clínico em que este modelo de tratamento é indicado, segundo a especialista, abrange os portadores de doenças crônicas, cardíacas, oncológicas e degenerativas. Vítima de câncer no aparelho digestivo, o então prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), por exemplo, contou com os cuidados paliativos no último ano de vida. 

Em entrevista ao podcast do Portal M!, a pneumologista e paliativista esclareceu algumas dúvidas sobre como é aplicada essa terapêutica sob a perspectiva de amenizar o sofrimento de pacientes. 

“Este é o princípio. A abordagem paliativa não segue protocolos, portanto. No método, são incluídos tanto o paciente como a família”, disse a médica e membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Yanne, que é médica diarista da Clínica Florence, em Salvador, também contou sobre seu cotidiano na unidade de saúde paliativa. 

“Na abordagem, não há apenas médicos e profissionais de saúde. Como o cuidado paliativo compreende a doença como conceito físico, psíquico, social e espiritual, o tratamento também conta com uma terapêutica multidisciplinar, com a participação de psicólogos, nutricionistas, cientistas e líderes espirituais em alguns casos”, explicou. 

Sentido da morte

Única certeza da vida – porém, o destino mais temido do ser humano, sobretudo na cultura ocidental -, a morte não deve ser vista como “a derrota de alguém que perdeu a batalha contra uma doença”.

“Se todos nós somos mortais e vamos morrer um dia, então todos nós somos fracassados? Não é assim. Sabendo que a vida é algo finito, a lição é a da necessidade de compreender como viver melhor e com qualidade”, defendeu a médica.

Confira o podcast com a médica Yanne Amorim: