Mastologista aponta o que é verdadeiro ou falso no cuidado com a saúde das mamas

Chegou o Outubro Rosa, mês de conscientização mundial sobre os riscos do câncer de mama quando câncer de mama, um tumor considerado frequente. A estimativa é que, até o final de 2022, 60 mil novos casos da doença sejam identificados.

Desenvolvida em 1997 nos Estados Unidos, a campanha enfatiza a importância da disseminação de informações sobre assunto e a adoção de medidas de prevenção à doença, a fim de ajudar as pessoas a terem um diagnóstico precoce, estratégia crucial para o sucesso do tratamento do tumor.

A médica mastologista Flávia Rego falou ao podcast do Portal M! e esclareceu questões voltadas para a saúde mamária. Durante a conversa, a especialista também destacou o que é verdadeiro ou falso no cuidado com a saúde das mamas.

Segundo a médica, o câncer de mama não afeta apenas aqueles que tem histórico da doença na família. A ciência aponta que a cada dez casos diagnosticados, oito são de pessoas que não tem histórico familiar cancerígeno. Apenas 1,5 a 2 pacientes carregam esse histórico. “É mais prevalente em quem não tem história de câncer de mama na família”, afirmou.

Flávia Rego também esclareceu que o câncer de mama não acontece apenas em mulheres depois da menopausa, mas sim em qualquer fase da sua vida reprodutiva, desde muito jovem, tendo o seu pico de incidência aos 50 anos, na perimenopausa. “Especialmente aqui no Brasil um estudo indicou que em 25% dos casos de câncer de mama foram diagnosticados entre 40 e 49 anos, ou seja, antes da menopausa”, acrescentou.

A especialista falou também sobre a necessidade de se fazer o autoexame, bem como a mamografia. “O autoexame não diminui a mortalidade do câncer de mama. É um recurso hoje de autocuidado, autoconhecimento, mas, quem reduz a mortalidade, quem diagnostica o câncer de mama é a mamografia. O autoexame só detecta tumores com mais de 1 centímetro e a mamografia pega lesões ainda impalpáveis”, explicou a médica, que também indicou a aplicação do autoexame para que a pessoa possa conhecer o seu corpo e, dessa forma, saber identificar sintomas visíveis que possam se apresentar.

Quanto aos questionamentos sobre o uso de sutiãs apertados e de antitranspirantes, a mastologista ressaltou que não existe associação desses fatores ao surgimento de um câncer. Segundo ela, não há comprovação científica direta dessa teoria. “Sabemos que alguns desodorantes trazem parabeno e algumas substâncias cancerígenas de uma forma geral, mas nada relacionado diretamente ao câncer de mama”, disse.

Outro assunto abordado durante o podcast foi a dificuldade de detecção do câncer em mamas mais densas. A médica alertou que, de fato, as mamas mais densas diminuem a sensibilidade da mamografia. Além disso, mulheres com mamas densas carregam um risco muito maior de desenvolverem o câncer de mama.

“Mulheres que têm mamas predominantemente densas, onde a glândula é presente em mais de 70% da mama têm uma chance quatro vezes maior de desenvolver a doença. Então, nestes casos, a gente realiza um ultrassom e as vezes até uma ressonância mamária, que são exames extremamente importantes para melhorar esse diagnóstico”, explicou.

Confira a entrevista na íntegra: