Historiador lista caminhos para melhoria da mobilidade em Salvador: “Escuta, planejamento e respeito com o cidadão”

As discussões em torno da mobilidade estão no foco das grandes cidades, e em Salvador não seria diferente. Por conta disso, e em função da celebração dos 475 anos da capital baiana nesta sexta (29), o podcast do Portal M! recebeu o professor e historiador Rafael Dantas, para falar sobre como esse processo ocorreu, bem como entender quais seriam os caminhos para melhorar o sistema de mobilidade. 

“Escuta, planejamento e respeito com o cidadão, com a nossa história e com as nossas áreas verdes. Pensar em uma cidade, seja ela pequena ou grande, histórica, secular como a nossa, é antes de qualquer coisa pensar nas pessoas que ali vivem e nos seus processos de resistência e de luta que também estão presentes nos prédios, ruas e avenidas”, defendeu.

Em Salvador, por exemplo, algumas alternativas surgiram como forma de contribuir com a mobilidade, a exemplo do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o BRT e o metrô. No entanto, apesar de serem iniciativas importantes e que contribuem, o professor ressalta a importância da realização de criteriosos estudos, inclusive envolvendo universidades, e de consultas à população, para a tomada de decisões.

“Acho que é uma defesa que nós temos que seguir, que todo o planejamento no que toca às questões de mobilidade, às questões viárias da cidade do Salvador como um todo, devam passar por criteriosos estudos envolvendo a academia, envolvendo as universidades, seja a Universidade Federal da Bahia, a Uneb, outros núcleos específicos. A população é importantíssima nesse canal, porque é de fato quem está no dia a dia e que sabe as necessidades, principalmente no trânsito”, apontou. 

Como exemplo, o especialista citou o caso do BRT, que pode ser um exemplo de projeto que não garante longevidade. “Muito se tem discutido sobre a questão do BRT aqui em Salvador e talvez [seja] um projeto que não garanta uma longevidade. Então, esse é um exemplo para a gente entender que sem planejamento, sem discussão, as coisas podem estar fadadas a resultados que podem ser pífios”, pontuou. 

Já com relação ao VLT, o historiador indicou que pode se tratar de uma saída interessante, mas defendeu a necessidade da promoção de um maior diálogo.

“Principalmente quando a gente observou que o trem foi desativado. Já temos anos sem o trem do Subúrbio, que está causando um déficit, um atraso para as dinâmicas de locomoção, de deslocamento das pessoas, um prejuízo enorme para toda a população do Subúrbio Ferroviário de Salvador, e até hoje não temos uma solução inserida para aquele contexto. Então, esses transportes como todos, essas formas de transportes são evidentemente importantíssimas para as nossas cidades. Agora, é preciso mais planejamento, é preciso mais conversa com todos os entes participantes da sociedade”.

Confira o podcast na íntegra: