Especialista alerta para os fatores de risco à saúde do coração

Em referência ao Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, especialistas ressaltam os hábitos que favorecem a saúde do órgão e alertam para os riscos das doenças cardiovasculares. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no planeta. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a cada dois minutos, uma pessoa morre em decorrência de uma enfermidade do tipo.

Para falar sobre a saúde do coração, o Podcast do Portal M! recebeu o médico Diogo Azevedo, cardiologista do Hospital Aliança, de Salvador. O especialista apontou os hábitos inadequados como os principais fatores de riscos relacionados à saúde do coração.

“O sedentarismo, a obesidade, o controle inadequado da pressão arterial, o controle inadequado do diabetes. Esses são os principais fatores de risco associados às doenças cardiovasculares. Já os amigos são os bons hábitos, comer bem, fazer atividade física e, o mais importante, ser aderente às indicações do seu médico e à receita prescrita”, listou o cardiologista.

No primeiro semestre de 2022, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto voltaram a ser as principais causas de mortes no Brasil, passando os óbitos causados por Covid-19. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) registrou, até setembro deste ano, 273.748 mortes por doenças cardiovasculares no país.

Além disso, o Ministério da saúde aponta que, desde 2013, os episódios de infarto entre adultos com até 30 anos cresceram 13%, um reflexo de hábitos como tabagismo e sedentarismo, além de fatores como estresse, colesterol alto, diabetes, obesidade, hipertensão e histórico familiar.

Segundo o cardiologista Diogo Azevedo, o maior fator de risco reversível para doenças cardiovasculares é o tabagismo.

“O cigarro pode não só causar a aterosclerose, que é o entupimento das artérias do coração, o AVC; com o entupimento dos vasos do pescoço, das carótidas e também do crânio; assim como também doenças da aorta, que é o maior vaso do nosso corpo; e doenças das artérias da perna, a tão conhecida doença arterial periférica dos membros inferiores. Ou seja, o cigarro promove aterosclerose, que são placas de gordura, em todas as artérias no nosso corpo”, explicou.

O cigarro eletrônico, equipamento proibido no Brasil, tem se tornado cada vez mais popular, principalmente entre os jovens. Para o cardiologista, um hábito perigoso por diversas questões, incluindo a saúde do coração.

“O cigarro eletrônico traz características tão nocivas, tão danosas quanto o cigarro não eletrônico. São poucas diferenças entre eles. A fumaça do cigarro eletrônico é fria, não é quente, mas essa diferença não torna o cigarro eletrônico um bom vício, muito pelo contrário. O cigarro eletrônico está associado ao câncer de boca, pulmão, pâncreas e intestino, mas também a doenças cardiovasculares. Ele também pode entupir as artérias e ele não é legalizado. Ou seja, usar o cigarro eletrônico significa causar um dano ao próprio corpo e estar agindo também de forma ilícita”, alertou.

A hipertensão é outro fator de risco apontado pelo especialista. A doença é responsável por 40% dos infartos e 80% dos AVCs. Atualmente, 30 milhões de brasileiros têm hipertensão. Os fatores de risco para a doença são obesidade e sedentarismo, tabagismo, hereditariedade e consumo excessivo de sal.

“A hipertensão entra como o principal fator de risco em números. Um terço da população é hipertensa. A doença é um combinado de fatores reversíveis e irreversíveis. Os irreversíveis são os fatores genéticos ou hereditários. Os reversíveis são o meio social, que significa estresse e pressão no trabalho, além dos meus hábitos, que é a alimentação rica em sódio, ser obeso, ser sedentário. A hipertensão é um conglomerado em três pilares: fatores genéticos e hereditários, fatores sociais e ambientais e os fatores de riscos que são associados a elas. Um terço é genético e dois terços são do estilo de vida”, detalhou o médico.

Confira o podcast na íntegra: