Sócia da Leitura descarta crise das livrarias em Salvador

Diante do fechamento de duas grandes livrarias de Salvador, Saraiva e Cultura, a desconfiança geral é que o problema está no mercado local. Mas, na contramão das duas concorrentes, a Leitura abriu sua segunda unidade na capital durante a pandemia. 

A sócia das unidades de Salvador, Liliane Zebral, revela o segredo do sucesso: custo operacional baixo e gestão.

“Os sócios são os gerentes das principais lojas, ou seja, o dono está 100% presente na operação”, explica a empresária. “Nosso modelo descentralizado permite analisar de forma isolada o resultado de cada loja. Da mesma forma que abrimos, também fechamos as lojas com piores resultados. Isso garante a operação saudável”, completa Zebral.

Liliane também analisa os pontos em que a concorrência pode ter pecado e diz não acreditar na “crise das livrarias”.

“Não entendemos como “crise das livrarias”. No nosso entendimento, acreditamos que tanto Saraiva como Cultura, tiveram sérios problemas de gestão e custos operacionais muito altos. A Leitura mantém o custo operacional muito baixo e usamos capital próprio para investimento em lojas”, pontua.

Expansão 

Em dezembro de 2020, a Livraria Leitura inaugurou a sua segunda unidade em Salvador, no Shopping da Bahia. Ao longo do ano, o grupo contabilizou dez novas unidades no país, chegando ao total de 80 lojas distribuídas em 20 estados.

“Manteremos nosso projeto de expansão e vamos terminar o ano com 94 lojas. Estamos em um momento importante para o segmento editorial, com resultados positivos para o mercado em geral”, afirma Liliane Zebral.

Ao contrário da Escariz, que notou crescimento nas vendas durante o pico da pandemia, em 2020, a Leitura registrou expansão nas vendas este ano.

“Tivemos um ano de 2020 muito complicado, com fechamento do comércio em geral. Nesse período, investimos na Leitura Pontocom [venda online] e em outros canais de vendas e atendimento. A Leitura é bem diversificada no mix de produtos e percebemos um aumento na venda de livros em 2021”, revela a sócia.

Liliane tem boas perspectivas para o ramo. 

“O leitor brasileiro está em desenvolvimento. Estamos vendo um crescimento grande na literatura juvenil o que nos deixa animados com o futuro. Durante a pandemia] tivemos um aumento da procura de livros de autoajuda, reflexo do momento de incerteza da população, mas como falamos, a literatura juvenil, especificamente a literatura fantástica, também está se destacando muito”, avalia.

Leia também:

Livraria Escariz espanta crise, cresce na pandemia e vê futuro promissor do segmento em Salvador