Pandemia faz microempreendedores se reinventarem

A pandemia da Covid-19 mudou os rumos da economia e a vida dos brasileiros no último ano. Milhões de pessoas perderam o emprego e tiveram que se reinventar para se manter no mercado de trabalho.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE informou ao Portal M!, que há no Brasil, cerca de 13,4 milhões de desempregados registrados neste período de pandemia, 800 mil a mais que 2019. Já a Bahia registrou 1.272 milhão de desempregados no mesmo período.

Com as regras de distanciamento social e decretos, necessários para conter o avanço da doença, muitas lojas fecharam sua portas. Por outro lado, para sobreviver à crise e se adequar a uma nova realidade, o mercado para os microempresários aumentou.

Segundo dados informados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae ao Portal M!, foram registradas, até o mês de fevereiro de 2021, 623.752 novas microempresas (MEI). Neste mesmo período, em 2020, mês antes da pandemia, 526.870 microempreendedores tiveram registros no MEI.

Dentro deste cenário, o Portal M! traz duas histórias que mostram como os brasileiros atravessaram o ano, aproveitando as oportunidades e superando a pandemia.

Eva Rosa Carreira

Com nove anos de especialização em Master em Pigmentação, a artista plástica especializada em micropigmentação e microblanding, Eva Rosa Carreira, diz ter “surtado”, com o advento da Covid-19.

“Eu tinha meu estúdio que funcionava em um shopping na Pituba e quando os shoppings fecharam, por causa da pandemia, surtei. Pagando aluguel e sem receber, fechei o negócio em maio e tive que me reinventar”, disse ao M!.

Reconhecida no mercado, a Pigment Make Up – PMU resolveu atender nas residências das clientes, confiante na retomada das atividades. Mas, a logística era outro entrave para atender a grande gama de clientes.

“Como tenho uma demanda muito alta de clientes, fiquei preocupada por conta da logística. Além disso, tive dificuldades com a entrega do material, que trabalho de qualidade alta, e não vende aqui em Salvador”, explicou.

Eva disse ainda, que com o aumento dos índices de infecção, a solução foi ajustar sua própria residência para atendimento, utilizando todas as medidas de proteção e biossegurança.
“Fiz o investimento com todos os itens de proteção. Hoje, o fluxo de atendimento aumentou, mas ainda é de 50%, em relação a 2019”, comentou.

Com a pandemia, houve também o aumento da concorrência, mas Eva alertou para o famoso jargão do “bom e barato”, tendo inclusive que capacitar sua companheira, Terse Carreira, para trabalhar com despigmentação.

“Muitas pessoas começaram a baixar o valor inexplicavelmente. Não tem como. Tive que capacitar minha companheira para trabalhar com despigmentação, porque começaram a fazer um mau trabalho e agora estamos consertando para depois fazer o certo”, alertou.

“Espero que as coisas normalizem e que os profissionais se capacitem e tenham responsabilidade, por que nosso trabalho é em cima da autoestima, da beleza, do bem estar, expectativa e não pode se pensar somente no dinheiro”, concluiu.

Vânia Nascimento

De recepcionista de hospital para ter seu próprio negócio. Apesar da pandemia do coronavírus, a empresária Vânia Nascimento entendeu que precisava melhorar sua vida financeira e investiu em cursos. Ao lado das duas filhas, encontrou no ramo de bronzeamento a melhor alternativa.

“Fiz um planejamento e consegui montar o negócio. Saí do hospital em setembro do ano passado, após retorno das férias. Investi tudo que tenho e, apesar da segunda onda da Covid-19, ainda acredito”, disse ao M!.

Sem poder funcionar, em virtude do decreto estadual, Vânia diz que o momento é difícil e espera que a retomada das atividades seja breve.

“Se permanecer nessa dificuldade terei que procurar alternativas, ainda conto com o apoio de familiares e também com algumas depilações e fazendo alguma sobrancelhas”, explicou.

A empresária lamentou o início da segunda onda da infecção do coronavírus, justamente no momento de crescimento do negócio.

“Estávamos no fim da primeira onda, tudo funcionando, vacina chegando, aumentando o número de clientes e com a expectativa do sucesso”, disse.

Apesar da crise, Vânia Nascimento não pretende abandonar o negócio e planeja agregar mais serviços.

“Minhas filhas fazem design de sobrancelhas e depilação e estou investindo em bronzeamento a jato, que não depende necessariamente do sol. Acredito muito no segmento da beleza. As mulheres gostam de estar bonitas e a autoestima é fundamental. Quero colocar o máximo de serviço no meu espaço”, concluiu.