Mercado já vê inflação de 8% e ciclo mais longo de alta nos juros
Trata-se da maior alta para o mês desde 1994, antes da implantação do real
Impactada por combustíveis e alimentos, a maior inflação para março em 28 anos fez o mercado financeiro elevar as projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no acumulado de 2022.
A disparada dos preços também joga mais pressão sobre o BC (Banco Central), que tende a ampliar o ciclo de alta na taxa básica de juros, a Selic, para tentar frear a carestia, avaliam analistas.
Em março, o IPCA registrou inflação de 1,62%, informou nesta sexta-feira (8) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Trata-se da maior alta para o mês desde 1994 (42,75%), antes da implantação do real.
O resultado veio bem acima da mediana das projeções do mercado. A expectativa era de inflação de 1,35%, de acordo com a agência Bloomberg.
No acumulado de 12 meses, o IPCA chegou a 11,30% até março. É o maior nível desde outubro de 2003 (13,98%) nessa base de comparação.
O mercado até espera que o acumulado perca fôlego e volte a um dígito até dezembro, em um contexto de juros mais altos, trégua nas contas de luz a partir da segunda metade de abril e alguma melhora no abastecimento de insumos.
Contudo, essa desaceleração encontra uma série de riscos pela frente e pode ser mais lenta do que a esperada inicialmente. Não à toa, as projeções para o IPCA estão sendo revisadas para cima.
A LCA Consultores, por exemplo, subiu nesta sexta a estimativa de inflação de 7,5% para 8% ao final de 2022.
“Entendemos que este resultado do IPCA de março mostrou pressões bastante disseminadas”, indicou a casa em relatório.
Já o Santander Asset deve aumentar sua estimativa de 7% para perto de 7,5%.
Em relatório, Eduardo Jarra, economista-chefe do Santander Asset, avalia que os dados de março indicam “mais cautela quanto ao processo de desinflação dos próximos meses, potencialmente mais lento e incerto do que o esperado anteriormente”.
O forte avanço de 1,62% foi puxado pela carestia dos combustíveis, especialmente da gasolina, e dos alimentos. No entanto, analistas enxergam pressões mais espalhadas entre os setores da economia.
Sinal disso é que o chamado índice de difusão ficou acima de 70% pelo quarto mês consecutivo, conforme o IBGE.
O indicador mede o percentual de bens e serviços com alta de preços no mês, em uma amostra com 377 componentes.
Em março, a difusão subiu para 76,13%. É o nível mais intenso desde fevereiro de 2016 (77,21%). Na prática, o índice maior sinaliza que a inflação está mais disseminada pela economia.
“Há um espalhamento muito preocupante da inflação. Fica a dúvida se os juros em 12,75% ao ano serão suficientes para controlar o cenário. Acho que não. A gente deve ter uma alta adicional”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.
A Selic está em 11,75% ao ano. A partir de sinalizações dadas pelo BC, parte do mercado esperava que a taxa de juros subisse um ponto percentual em maio, para 12,75%, encerrando o ciclo de alta. Mas, com a inflação persistente, o aperto pode continuar em junho.
Por ora, a MB Associados projeta Selic de 13% ao final de 2022, mas não descarta uma taxa maior, de até 13,5%, conforme Vale.
Em relação ao IPCA, a consultoria manteve a previsão de alta de 7,8% no acumulado do ano. No entanto, uma inflação acima dos 8% até dezembro não está descartada, diz o economista.
“Há um grande risco de a inflação fechar acima dos 8%”, destaca Vale.
A Selic mais alta é uma arma do BC para tentar frear a demanda por produtos e serviços, em uma tentativa de atenuar os preços.
Também pode atrair mais recursos estrangeiros para o país, reduzindo a cotação do dólar e, consequentemente, a inflação. Analistas, contudo, chamam atenção para os riscos que permanecem no cenário.
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