Lala Deheinzelin explica economias colaborativa e compartilhada; entenda perspectivas e desafios globais
Conforme a especialista, os benefícios da economia compartilhada são vastos, se destacando pela eficiência na utilização de recursos existentes
No cenário global, as futuras economias surgem como protagonistas em um mundo marcado por rápidas transformações. Nesse contexto dinâmico, as visões de especialistas, como as de Lala Deheinzelin, oferecem valiosas perspectivas sobre o papel catalisador dessas novas abordagens econômicas.
Para melhor compreender as complexidades da economia compartilhada às promissoras fronteiras da colaborativa, o Portal M! entrevistou uma das primeiras futuristas do país.
Antes de aprofundar nos temas, Lala Deheinzelin destacou a importância de distinguir entre a economia de compartilhamento (sharing economy) e a economia colaborativa. Enquanto a sharing economy se concentra no compartilhamento de excedentes pré-existentes por meio de plataformas como Uber e Airbnb, a economia colaborativa busca a colaboração ativa de todos para uma causa comum, envolvendo investimento de tempo, recursos e esforços.
“A economia do compartilhamento continuará com uma tendência à diferenciação. Por exemplo, em lugares como Amsterdã, na Holanda, uma cidade voltada para o bem comum, o Airbnb tornou-se uma questão profissional. Isso levou a problemas como a hiperinflação de valores no mercado imobiliário e a geração de gentrificação, o que demanda regulamentação. Em relação à economia colaborativa, que ainda está em estágio inicial, mas é crucial para o futuro, ela não está em alta, mas inevitavelmente precisará ganhar destaque”, afirmou Lala, que é futurista, palestrante e pioneira da economia criativa e colaborativa.
Vantagens das novas economias
Segundo Lala, os benefícios da economia compartilhada são vastos, se destacando pela eficiência na utilização de recursos existentes. Ao compartilhar infraestrutura subutilizada, como ferramentas e equipamentos, a economia compartilhada promove a sustentabilidade ao reduzir o desperdício e a produção desnecessária.
“Ao analisarmos qualquer infraestrutura, seja espaço, equipamento ou material, percebemos que ela geralmente é subaproveitada. Poderia ser muito mais bem aproveitada se fosse compartilhada. Portanto, começamos a compreender essa ideia por meio de plataformas de compartilhamento, como o Uber e o Airbnb. Uma tendência é que essas plataformas evoluam para se tornarem também cooperativas (platform co-ops)”, disse.
Já no que diz respeito à economia colaborativa, os benefícios são ainda mais amplos, com um potencial significativo para abordar desafios complexos, como mudanças climáticas, desigualdade social e cuidados com grupos vulneráveis.
“Esses desafios poderiam encontrar solução por meio da colaboração e de um esforço conjunto. Um exemplo seria a criação de uma ‘carteira de crédito’ baseada em horas de contribuição para aqueles que não trabalham nem estudam. Ao contabilizar horas de colaboração, seria possível gerar um lastro econômico para a renda mínima universal, transformando-a de um presente em uma retribuição pelo investimento na sociedade”, explanou a especialista.
Impactos e desafios das novas economias
Diante das transformações no cenário econômico, as economias compartilhada e colaborativa, representam abordagens inovadoras que desafiam as estruturas tradicionais de emprego e colaboram para a redefinição das relações sociais. Lala Deheinzelin, ao discutir essas novas economias, destaca nuances sobre como elas impactam não apenas a dinâmica do trabalho, mas também o modo como as comunidades interagem e dividem recursos.
No contexto da economia compartilhada, exemplificada por plataformas como o Airbnb e o Uber, Lala ressalta os aspectos positivos, como a maior autonomia individual e a flexibilidade na escolha de atividades. No entanto, ela também aponta para os desafios, como a falta de benefícios sociais associados ao emprego formal.
Simultaneamente, a economia colaborativa emerge como uma necessidade futura, enfrentando obstáculos de implementação devido às normas existentes. A especialista ressalta experiências práticas, como a troca de ativos entre instituições, e enfatiza a ação coletiva, a troca de recursos não humanitários e a contabilização da contribuição para a sociedade como elementos-chave dessa abordagem.
“Os maiores desafios futuros residem, de fato, na área de regulamentação, onde as normas existentes podem ser excessivas, impedindo o avanço, ou, em alguns casos, a falta de normas necessárias ainda não estabelecidas. O setor de formulação de políticas desempenha um papel crucial, e exemplo, como o da Finlândia, que integra a inteligência de futuristas nas tomadas de decisão do parlamento, oferece uma abordagem a ser considerada”, completou Lala.
A especialista reforçou ainda, que os desafios das novas economias são significativos, especialmente na construção da economia colaborativa, onde a união do coletivo é essencial. Um dos principais obstáculos reside na percepção equivocada de que todos os custos envolvidos – criação, colaboração, compartilhamento e coordenação – são inerentemente naturais e orgânicos.
Papel da tecnologia na evolução das novas economias
Questionada sobre o papel da tecnologia na evolução das novas economias, Deheinzelin citou a tecnologia de visualização como indispensável para a convergência de setores, exemplificando o Uber e plataformas de marketplace, que se tornam viáveis graças às inovações digitais. A especialista, no entanto, ressaltou a carência de tecnologia sociocultural, sublinhando a necessidade de métodos, treinamento e educação para fortalecer elementos como colaboração e confiança nas dinâmicas sociais.
“As tecnologias são capazes de gerenciar muito mais dados do que as capacidades humanas. Por exemplo, seria fantástico se a inteligência artificial pudesse agir como um ‘cérebro’ que percebe e interpreta todos os dados relacionados a um tema específico, traduzindo-os de forma visual, clara e eficaz para que as pessoas possam analisar, compreender e fazer escolhas mais bem fundamentadas. Portanto, a tecnologia de visualização de dados para tomada de decisões é um campo imenso e necessário que continuará a se desenvolver”, pontuou.
Novas economias e desigualdades econômicas
Lala Deheinzelin enxerga nas novas economias uma poderosa solução para diversos desafios contemporâneos, incluindo as desigualdades econômicas. Ao abordar questões climáticas e desigualdades, ela destacou o potencial dessas abordagens para superar polarizações que impedem o progresso político.
A visão dela enfatizou a necessidade de instituições robustas que estabeleçam regulamentações, desde práticas prejudiciais ao clima até questões relacionadas à inteligência artificial e eficiência nuclear.
No contexto da desigualdade econômica, Lala argumentou que as novas abordagens econômicas, desde a compartilhada até a cooperativa, permitem a convergência e transação de recursos pouco explorados, oferecendo uma solução parcial para o problema.
“À medida que essas plataformas e abordagens de economia compartilhada e colaborativa evoluem, observamos melhorias gradativas na desigualdade social. Além disso, a expansão das moedas, um fenômeno já em andamento, facilitará ainda mais esse processo”, finalizou.
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