‘Fiquei em choque nos primeiros dias’, diz Luiza Trajano sobre efeitos da pandemia na economia

A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, a crise econômica importa pelo novo coronavírus a deixou em choque, mas também deu a oportunidade de ajudar pequenos empresários, inserindo-os na era do e-commerce. 

“Fiquei em choque nos primeiros dias. Fiquei muito assustada, mas percebi que muitas empresas teriam problema, que o desemprego seria grande. Daí recomecei e entendi que eu tinha de desempenhar um papel de líder, Entrei em contato com os grandes e os menores para dar apoio, para promover união, para estar junto”, disse para o jornalista e editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, durante live do projeto A Tarde Conecta, nesta segunda-feira (17).

A empresária contou que, ao lado de seu filho Frederico Trajano, CEO da empresa, aderiu ao movimento “Não Demita” e manteve na organização mais de 20 mil empregados. Como solução para o fechamento das lojas, a empresa criou, no fim de março, uma plataforma digital de vendas para auxiliar micro e pequenos empresários a manterem seus negócios ativos durante o isolamento social. 

“Criamos esse programa em sete dias, bem no começo da pandemia e, em abril, estávamos com o aplicativo no ar. O objetivo era dar emprego para os autônomos e digitalizar donos de pequenas e médias empresas. Apareceram 400 mil interessados. Aquele microempreendedor que nunca tinha mexido com as vendas digitais, em duas horas, colocou a loja dele para dentro da nossa casa”, pontuou.

Aos 69 anos e com uma fortuna estimada em US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 24 bilhões), de acordo com a revista Forbes, Luiza Helena diz que “o digital não é uma cultura, é um sistema de vida”. “As lojas físicas não acabarão, mas mudam de concepção. O cliente compra na internet e busca na loja física. Compra na loja física e troca na internet. Tem que ter essa integração. Eu acredito na loja física, mas ela tem de estar ligada com o digital”, completou. 

Com ações na bolsa, a empresária não comenta números, mas segundo consulta feita pela Bloomberg, analistas do mercado esperam que neste segundo semestre a Magalu tenha Receita líquida de R$ 5,166 bilhões com um aumento de 19,9%. Só nos últimos 12 meses a alta é de 120%.