Especialistas apontam que a China começa a tentar aumentar o papel internacional de sua moeda Yuan

O dólar domina o cenário internacional como a moeda referência dos países, seja em cotações, transações comerciais, acordos e contratos em geral, desde o final da segunda guerra mundial.

A China se consolidou como potência, e economistas preveem que se tornará a maior economia do planeta nos próximos anos, mas os especialistas são reticentes quanto à possibilidade de que o yuan passe na frente do dólar, principalmente por causa do contexto político e social do país asiático.

Com um mercado cada vez mais integrado e diverso, a ascensão econômica da China, pode ameaçar a soberania da moeda americana em um futuro próximo.

Para o diretor da FEA (Faculdade de Economia, Administração, Contábeis e Atuariais) da PUC-SP e presidente do Conselho Federal de Economia, Antonio Corrêa de Lacerda, essa possibilidade não deve acontecer nos próximos cinco anos, já que a moeda ainda vista internacionalmente como um investimento seguro.

“Parece precipitado falar da queda do dólar a médio prazo. Porque todos os fatores permanecem solidificando a condição do dólar. Há também uma opção do mercado. É mais fácil operar com dólar” disse.

Se por um lado os especialistas não veem o dólar perdendo importância em um futuro próximo, por outro afirmam que já está ocorrendo em um processo de diversificação das reservas internacionais.

Ainda, segundo Lacerda, a participação do dólar nas reservas internacionais ainda é muito alta, mas caiu nas últimas décadas, à medida que outras moedas, como o euro, ganharam destaque.

“O volume de reserva global era inferior a US $ 1 trilhão há 20 anos. Hoje deve estar próximo de US $ 18 trilhões. Desse US $ 1 trilhão de 20 anos atrás, talvez 80% seja referenciados em dólar. Se você for pegar hoje, dos US $ 18 trilhões, 60% são referenciados em dólar”, finalizou.

*Com informações UOL