Entidades do comércio projetam recuperação do setor em 2023

Dois segmentos essenciais – bares e restaurantes e comércio e varejo – aguardam boas novidades no futuro governo Lula


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redacao 28/12/2022 21:00 Negócios

A pandemia de Covid-19 fica mais distante com a proximidade de 2023, mas a crise sanitária aguda, que abalou o mundo entre 2020 e 2021, ainda gera efeitos nefastos em diversos setores da economia brasileira.

Entre as áreas mais afetadas, está a de lazer e entretenimento – a primeira a ter as atividades suspensas e a última a retomá-las.

Para Leandro Menezes, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes/seccional Bahia (Abrasel-BA), o setor perdeu aproximadamente 335 mil estabelecimentos e, consequentemente, foram extintos em torno de 1,3 milhão de postos de trabalho em todo o país. Para ele, a expectativa para o próximo ano é que a sociedade tenha maturidade para reconhecer os esforços realizados pelo segmento.

“Esse esforço maior foi feito pelo segmento de bares e restaurantes em prol da vida e que agora sejamos justos para reparar o setor que ficou totalmente endividado pelos próximos anos por conta dessa crise pandêmica. Então, esperamos que, por meio dos nossos governos, da gestão pública, que a sociedade se expresse e faça realmente essa reparação a um segmento que sofreu muito além de toda a sociedade”, disse Menezes.

Ele ressaltou que, mesmo com o fim da fase mais crítica da pandemia, ainda estamos longe de falar em calmaria no segmento de bares e restaurantes.

“Isso porque pagamos uma conta desproporcional e muito maior do que o restante da sociedade, além da crise de saúde que todos nós passamos, enfrentamos uma gigantesca crise em nossos negócios, nos quais fomos obrigados a paralisar as nossas atividades ou funcionar de maneira parcial, mas mantendo todas as nossas obrigações como impostos, aluguel, funcionários, contas de energia e água, e sempre ouvindo o discurso de que ‘vamos cuidar das vidas e o restante nós cuidamos depois'”, completou Leandro Menezes.

O sentimento de Leandro é também compartilhado pelo CEO do Grupo LemosPassos – especializado em entregas de refeições para empresas, escolas, hospitais e restaurantes populares – Ademar Lemos. Para ele, o tempo ainda é cedo para se falar em ‘calmaria’, mesmo que a taxa de vacinados no Brasil tenha atingido a média de 88,1% com a primeira dose de algum dos imunizantes e 81,7% com segunda dose ou dose única, segundo Ministério da Saúde.

Na Bahia, de acordo com a Secretária Estadual de Saúde (Sesab), o percentual é 92,04% para uma dose e 85,55% para segunda ou única dose aplicada.

“Ainda é cedo para falar que podemos contar com a calmaria em 2023. Eu acho que ainda pode acontecer alguns percalços, principalmente aqui no Brasil”, falou Ademar, ainda revelando que, para além dos efeitos da Covid, há também uma preocupação com o mercado financeiro após a troca de governo federal, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumindo o lugar de Jair Messias Bolsonaro (PL) como presidente da República.

“Vamos esperar e ficar atentos às mudanças, principalmente com essa mudança de governo e com isso vem mudança de filosofia de mercado, mas vamos continuar trabalhando as perspectivas são muito boas para nossa empresa”, pontuou. Atualmente, o Grupo LemosPassos é o 4º maior produtor de refeições coletivas do Brasil, com fornecimento diariamente de aproximadamente 250 mil refeições e tem como meta expandir o serviço até o Panamá, na América Central.

Não muito diferente de Ademar, o presidente da Câmara de Dirigentes de Lojistas (CDL) Salvador, Alberto Nunes, colocou as cartas na mesa em aposta para 2023. Segundo ele, há boas expectativas com a nova gestão federal, com uma oxigenação do mercado financeiro. “Vamos esperar os três primeiros meses do governo Lula e ver quais são as oportunidades que ele vai ofertar para o setor e a confirmação de toda a equipe de ministros”, pontuou.

Somente no segundo trimestre de 2020 [primeiro ano da pandemia], entre abril e junho, cerca de 6 mil lojas do varejo fecharam as portas na Bahia, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e Fecomércio-BA. Ao final daquele ano, o saldo negativo atingiu 4.140 unidades fechadas em todo o estado, com uma retração de 6,7% e faturamento de R$ 102 bilhões, sendo o pior resultado do setor em 10 anos.

“Eu penso que vivi o pior cenário de todos os tempos em 2020 e depois em 2021. Agora, eu espero que 2023 seja igual ou melhor ao ano de 2022, mas isso vai depender da economia, do mercado financeiro”, falou Alberto Nunes, presidente do CDL.

De acordo com a CNC, o esperado é que o Natal de 2022 movimente R$ 65 bilhões. Confirmada essa expectativa, o setor terá o primeiro aumento real de vendas (1,2% no faturamento, descontada a inflação) após dois anos de perdas na sua principal data comemorativa, sem, no entanto, igualar o volume de vendas de 2019, que foi de R$ 67,5 bilhões.

 

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