Entidades avaliam trégua da Covid-19 e recuperação da economia após vacinação em massa

Para quem não estava atento às notícias que circulavam do outro lado mundo no fim do ano de 2019 com a chamada “doença misteriosa”, em Wuhan, na China, foi pego de surpresa com o termo “pandemia” de Covid-19, em 2020. De lá para cá, foi só ladeira abaixo, porém, também no fim de 2021, o contágio começou a ser freado com a chegada das vacinas em massa.

Durante o período mais crítico da crise sanitária no país, diversos setores foram drasticamente afetados, principalmente os ligados aos econômicos, de lazer e entretenimento. Bares, restaurantes, lojas e empreendimentos não são considerados essenciais e sem deixar de falar dos eventos em geral foram os primeiros a paralisar as atividades e os últimos a retomar.

O Portal M! ouviu algumas entidades dos setores que avaliaram sobre o segundo semestre de 2022, quando o número de vacinados no Brasil atingiu a média de 84,88% com a primeira dose de algum dos imunizantes e 80,21% com segunda dose ou dose única, segundo Ministério da Saúde. Na Bahia, de acordo com a Secretária Estadual de Saúde (Sesab), o percentual é 92,04% para uma dose e 84,85% para segunda ou única dose aplicada.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes de Lojistas (CDL) Salvador, Alberto Nunes, por conta da vacinação, 2022 se mostrou um ano promissor por conta da retomada da economia. Ele explica que o novo ambiente de melhora se mostrou favorável não somente para os setores produtivos e de serviços, mas também para o consumidor.

Vale lembrar que nos dois últimos anos, a população esteve restrita ao isolamento social por conta dos decretos estaduais, municipais e federais para barrar o avanço do vírus.

“Com a retomada, houve uma maior oferta de emprego e com isso a geração de renda. Após os dois anos, tudo volta ao normal, pois o cliente agora pôde retornar ao trabalho e receber o seu salário”, disse Alberto Nunes.

“Então, sempre confiando na vacinação, na ciência e deixando a política partidária de lado, a Abrasel foi a primeira grande instituição a apoiar e fazer campanha de vacinação e logicamente, agora podemos colher os frutos de retomar as atividades durante o período de 2022 sem novas interrupções ou paralisações”, acrescentou o dirigente.

Na avaliação do presidente do Grupo LemosPassos, especializado em entregas de refeições para empresas, escolas, hospitais e restaurantes populares, Ademar Lemos, só na oxigenação do setor em 2022 a empresa cresceu 26,68%. A expectativa é atingir a marca dos 29% no próximo ano de 2023.

“Depois do mês de março, quando a pandemia começou a dar sinais de enfraquecimento, a economia fluiu para a gente de uma forma muito boa. Nós crescemos muito. Esse ano crescemos já 26% e esperamos chegar aos 29% em 2023”, falou Ademar.

Já Leandro Menezes, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), seccional Bahia, o fim de ano é visto como uma comemoração por conta da recuperação do setor perdeu de forma definitiva cerca de 335 mil bares e restaurantes e, consequentemente, uma extinção de 1,3 milhão de postos de trabalho em todo o país.

Para ele, os poderes públicos nada fizeram para evitar o fechamento das empresas e a extinção dos empregos. “Diferentemente do que ocorreu em outros países, não houve apoio do governo e o setor pagou uma conta maior e desproporcional que toda a sociedade”, lamentou Leandro.

“Ainda assim ficamos felizes pela possibilidade de voltar a trabalhar em nossos negócios e retomar as atividades, mas sempre falando da importância de ações de gestões públicas para a recuperação do segmento, que vai sofrer ainda por muito e muito anos”, acrescentou.