Diretor-presidente da Bahiagás defende interiorização do gás natural e fortalecimento da cadeia produtiva

O diretor-presidente da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás), Luiz Gavazza, defendeu nesta quarta-feira (22), a interiorização dos gás natural no estado. Em entrevista ao Portal M!, Gavazza enfatizou que, atualmente, o gás está muito concentrado no transporte e distribuição no litoral e nas regiões metropolitanas. 

“Nós precisamos interiorizar o gás natural. O gás hoje está muito concentrado no seu transporte e distribuição no litoral e nas regiões metropolitanas. Nós precisamos interiorizar o gás e, para interiorizar o gás, é preciso de uma consertação com vários atores. Então, o que nós estamos pensando hoje? É preciso unir esforços para que esse potencial da Bahia, de energias como um todo, ele seja usado de forma integrada. O gás natural dá o exemplo disso. Nós atuamos de forma integrada com outras energias como as energias renováveis”, afirmou durante o Bahia Oil & Gas Energy, que acontece no Centro de Convenções de Salvador até sexta (24).

Ao comentar a temática, o diretor-presidente da Bahiagás também falou sobre os desafios da empresa, por se tratar de um estatal, e que deve prestar serviço à população, ao mesmo tempo em que busca o fortalecimento da relação com o setor produtivo.

“Nós somos a que mais tem participação do Estado junto a Gás da Paraíba, temos tamanhos diferentes pelo porte do Estado e das estruturas econômicas de cada Estado, mas o governo da Paraíba, como o governo da Bahia, compreenderam como é importante a aquisição daquelas ações postas à venda há dois anos passados pela Petrobras. Isso aumentou a capacidade da empresa e, evidentemente, aumenta a responsabilidade, porque é preciso atender aos desafios que a concessão impõe”, comentou. 

Transição energética

Perguntado sobre a atuação da Bahiagás no processo de transição energética, Gavazza destacou que o estado é um polo de produção e movimentação de energia. Um dos pontos lembrados pelo diretor-presidente da entidade, foi de que a indústria do petróleo e gás nasceram na Bahia. 

“A primeira refinaria de petróleo e as primeiras ações para comercializar o gás, àquela época entendido como subproduto do petróleo, aconteceram na Bahia. Quando a Constituição de 88 separou o negócio de gás do petróleo, nós passamos a ter uma atenção mais direta para o mercado de gás. Aí entrou o papel dos estados como prerrogativa deles à distribuição de gás natural e eles montaram as empresas de economia mista. Uma parte delas hoje é privada, mas a Bahia Gás, como todas as distribuidoras do Nordeste permanecem com o controle estatal”, pontuou.

Por fim, o representante da Bahiagás falou sobre a necessidade de convivência entre as diferentes formas de geração de energia. Segundo ele, o processo o não iniciado “ontem”, e alertou para o fato de que o gás natural “convive” com as energias renováveis, por ser o “combustível da transição energética”. Gavazza ressaltou ainda, que a transição só pode ser integrada usando todas as fontes de energia disponíveis. 

“A gente entende transição energética, primeiro como uma ação que não começou ontem. Desde que o gás natural substitui os combustíveis fósseis mais poluentes, nós reduzimos a emissão de carbono e quando a gente substitui o diesel nos veículos pesados praticamente zeramos a emissão dos particulados que estão no nível de atmosfera que nós respiramos. Daí a importância do ponto de vista econômico e ambiental do uso do gás natural”, enfatizou. 

O diretor-presidente ressaltou ainda que a transição energética deve ser planejada para atender aos interesses da sociedade. Na avaliação dele, a transição também deve ser sustentável, inclusive como forma de promover a redução da emissão de carbono.

“O Estado pensa atender a sociedade como um todo e para que a gente se dê bem no mercado, nós temos que ter soluções econômicas eficazes para alcançar os resultados e o gás natural se renova, quando a gente parte para a produção do biodiesel, a gente está resolvendo um problema urbano do lixo, do esgotamento sanitário e dos resíduos agrícolas e transformando isso em energia”. 

Confira a entrevista:

 

 

 

 

 

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