Copom reduz juros básicos da economia para 11,75% ao ano

O Banco Central (BC) realizou o quarto corte consecutivo nas taxas de juros. De forma unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, que representa os juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, fixando-a em 11,75% ao ano. Essa decisão era amplamente aguardada pelos analistas financeiros. As informações são da Agência Brasil.

A atual taxa é a mais baixa desde maio do ano anterior, quando também estava em 11,75% ao ano. Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom implementou 12 aumentos consecutivos na Selic, em um ciclo de aperto monetário que teve início em meio à elevação dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Posteriormente, por sete vezes consecutivas, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano.

Antes do início desse ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Em resposta à contração econômica causada pela pandemia de covid-19, o Banco Central havia diminuído a taxa para estimular a produção e o consumo, mantendo-a no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

A taxa Selic desempenha um papel crucial como instrumento do Banco Central para controlar a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em novembro, o IPCA registrou 0,28%, acumulando 4,68% nos últimos 12 meses. Após quedas sucessivas no final do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa elevação era esperada pelos economistas.

No ano passado, o IPCA encerrou acima do teto da meta de inflação. Para 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu uma meta de inflação de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Assim, o IPCA não poderia ultrapassar 4,75% nem ficar abaixo de 1,75% neste ano.

No Relatório de Inflação divulgado no final de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA fecharia 2023 em 5% no cenário base. No entanto, essa projeção pode ser revisada para baixo na próxima versão do relatório, que será divulgada no final de dezembro.

As previsões do mercado são mais otimistas do que as oficiais. De acordo com o boletim Focus, uma pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deve encerrar o ano em 4,51%, ficando abaixo do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 4,59%.

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