Consumo de café cresce, mas presidente da Assocafé alerta para desafios climáticos na produção baiana
João Lopes Araújo também analisa o cenário nacional
Apesar do crescimento de cerca de 6% ao ano no consumo de café no Brasil, as mudanças climáticas estão impondo sérios desafios ao cultivo do grão, especialmente nas regiões semiáridas da Bahia, como ressalta João Lopes Araújo, presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé).
Em entrevista ao Portal M!, o entusiasta da bebida secular fala sobre o cenário da cafeicultura no estado e aponta para soluções que possam garantir a sustentabilidade e a qualidade da produção.
“Estamos, agora, na fase da florada, e a preocupação é a falta de chuvas, o que pode prejudicar a produção no próximo ano, dada a dificuldade climática. Na Bahia, já tivemos 102 municípios dedicados ao cultivo de café, mas 46 destes já não praticam mais essa atividade devido às condições climáticas desfavoráveis, que obrigaram os produtores a abandonarem a lavoura. O semiárido baiano sofre com a irregularidade das chuvas, a ausência de rios perenes e a escassez de água no subsolo”, relatou Araújo.
Segundo ele, ao contrário das regiões semiáridas, a Bahia tem ampliado sua área cafeeira, concentrando-se principalmente no sul, devido à presença de água e à viabilidade de irrigação.
“No oeste e sul da Bahia, por exemplo, há lençóis freáticos. No semiárido, onde há água assim, ela é salgada, parece quase como se fosse um castigo de alguém, pois não há chuvas regulares, não existem rios e nem lençóis”, brincou Araújo diante da análise geográfica.
Para lidar com as dificuldades da falta de chuva nas lavouras, a fim de evitar alterações na produção do café, ele destaca propostas que foram feitas no Fórum do Semiárido.
“Estabelecemos como meta para o governo criar possibilidades de melhoria e, para isso, propomos estratégias como armazenamento de água e perenização dos rios. Essa é uma bandeira que precisamos manter permanentemente. Nosso semiárido ainda é o lugar com o maior índice pluviométrico do mundo, o que é uma vantagem e precisa ser aperfeiçoado. A água é fundamental em tudo”, frisou.
Além das mudanças climáticas, o presidente da entidade destaca que muitos produtores, que anteriormente se dedicavam ao cultivo de café, estão agora optando por substituí-lo por culturas como soja, algodão e milho. Essa transição é impulsionada pela eficiência do processo, permitindo o plantio e a colheita mecanizados, ao contrário do café, uma cultura perene e de ciclo longo.
Brasil
Para finalizar a conversa com o Portal M!, o presidente da Assocafé, fez uma avaliação abrangente do cenário da cafeicultura brasileira, destacando tanto os triunfos quanto os desafios enfrentados.
“O café é uma das culturas privilegiadas do mundo, porque não tem sucedâneo; o consumo cresce todo ano. No lugar onde cresce menos, aumenta 2%. Aqui no Brasil, com cerca de 300 anos de cafeicultura, cresce em média 6%. Em relação à produção, o Brasil mantém a posição de maior produtor mundial de café por 150 anos, sendo também o segundo maior consumidor, e estamos caminhando para nos tornarmos o maior consumidor em breve”, ponderou João.
Sobre os produtores, ele afirma que a situação nem sempre é privilegiada. “Estão sendo frequentemente afetados por variações nos preços. A guerra entre Rússia e Ucrânia, por exemplo, afetou o envio de adubo, mantendo seus preços altos, ao contrário do café que o valor caiu. Esse cenário tem impactado negativamente os produtores, que enfrentam dificuldades em obter uma remuneração estável. Mas, a pesar dessas adversidades, mantemos uma perspectiva futura positiva, pois o consumo continua crescendo”, concluiu.
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