“As senhas têm que acabar, são vulneráveis. Solicitar um segundo fator de autenticação já elimina muitas fraudes”, aleta o CEO da PSafe

O CEO da PSafe, Marco DeMello, disse ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no jornal A Tarde, que solicitar um segundo fator de autenticação já elimina enormes quantidades de fraudes. De acordo com ele, esse é um dos caminhos para se evitar tantos problemas com a vulnerabilidade dos dados da web.

“Nós temos que nos conscientizar de que a nossa segurança dos nossos dados é nossa responsabilidade. Você não pode terceirizar a segurança dos seus dados pessoais, digitais, nem para o Governo, nem para o seu banco, nem para o seu site de e-commerce, nem para ninguém. É sua responsabilidade. Então cuide bem dos seus dados”, alertou.

“Não preencha formulários online que peçam 300 campos diferentes apenas para receber um lanche gratuito. Não faça isso. Não preencha formulários online pedindo os seus dados pessoais sem antes certificar muito fortemente da idoneidade, seriedade e origem da empresa pedindo esses dados. E não use as mesmas senhas para tudo. Às vezes a pessoa tem uma senha e usa para tudo que ela tem aquela mesma senha. Isso é problemático”, completou.

Segundo DeMello, o Brasil vai ter que melhorar muito, um segundo fator de autenticação.

Hoje em dia no Brasil não é comum, por exemplo, os sites de serviços de comércio exigirem. Não é praxe. Isso deveria ser obrigatório. Se você vai autenticar com um site, tem que ter um segundo fator. Um segundo fator que seja seu celular, receber uma mensagem; seja sua biometria; seja a digital de seus dedos; algum segundo fator de autenticação é extremamente importante. Solicitar um segundo fator de autenticação já elimina enormes quantidades de fraudes”.

O CEO da Psafe também afirmou ao Portal M!, que, por segurança, as senhas têm que acabar.

“A gente não pode mais depender de senhas, tem que depender de múltiplo fator de autenticação. E é isso, é essa a higiene. A gente fala da higiene pessoal para combater o coronavírus, lavar as mãos, usar álcool em gel, usar máscara e tal. Então a gente tem a higiene digital que é necessária para combater a outra pandemia que é a pandemia digital. Você tem que ter uma higiene digital muito séria e disciplinada, senão evidentemente o seu perfil de risco aumenta exponencialmente”, ressaltou.

Ele explica ainda sobre os cuidados a população de modo geral deve estar atenta para evitar problemas como o golpe do motoboy em São Paulo que já lesou mais de 10 milhões de pessoas e que tem sido noticiado aí em todo o país.

“A criatividade da mente criminosa não conhece limites. Então isso vai continuar acontecendo e eles vão continuar se reinventando, desenvolvendo novas técnicas para conectar os dados que eles compram na internet escura, dados vazados, roubados, com crimes no mundo real”, disse.

“O que é que as pessoas podem fazer para se proteger? Número 1, desconfie sempre de qualquer ligação que disser que é do seu banco ou do seu cartão de crédito. Geralmente banco e cartão de crédito não te ligam. Eles não te ligam para nada, eles mandam comunicação entre os canais oficiais de SMS ou pelo aplicativo do banco ou pelo aplicativo do cartão ou pelo seu e-mail oficial. Eles não vão ligar para sua casa e avisar que houve uma transação do seu cartão de crédito”, afirmou.

“Se for o seu banco mesmo, eles vão ligar de novo. Aí você pergunta qual o nome do gerente, qual o endereço da agência onde você tem sua conta, começa a questionar o banco para saber se é o banco mesmo. E mesmo assim não confie. Porque geralmente os bancos não ligam para sua casa, a não ser que seja para fazer algum tipo de oferta de cartão de crédito novo, ou empréstimo novo que você não vai estar interessado mesmo, então é melhor desligar”, alertou.

Ele recomenda ainda que, se você recebe um link via qualquer mídia social, em particular se você recebe links via WhatsApp, não clique.

“Não clique nesses links de promoção, de cupom de desconto, de vaga de emprego, oferecendo vaga de emprego, dinheiro fácil. Qualquer tipo de link de mídia social que você receba, desconfie e não clique. Especialmente espalhados pelo WhatsApp”, disse.

“E finalmente tenha um sistema de segurança instalado no seu dispositivo, no seu celular para que você possa ter um cérebro cibernético de inteligência artificial no seu dispositivo protegendo você contra esses ataquescibernéticos. Então essas são as três principais recomendações”, completou.

Por fim, Marco DeMello disse que é fundamental que as empresas saiam dessa dependência da senha.

“As senhas têm que acabar. Senhas são vulneráveis. Senhas são fracas, as pessoas não levam senha a sério, usam a mesma senha para tudo. Isso é normal, a gente já sabe que é assim. Então não vamos mudar o comportamento da população inteira para usar senhas corretas e seguras. Remover esse problema da mesa. Esse é um ponto que eu venho batendo, uma tecla na qual eu venho batendo repetidamente faz tempo já”, concluiu.