Apesar de ser desumano, venda de ossos de boi não é ilegal, afirma Iratan Vilas Boas, diretor do Procon-Ba

O consumo de carne tem diminuído cada vez mais no Brasil, por conta do aumento do produto. O item é o mais caro da cesta básica, representando 43% do valor total dela, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Com o aumento, a carne tem sido preterida na mesa da população de baixa renda e a procura por ossos de boi começou a aumentar há cerca de um ano.

Na última terça-feira (5), em Santa Catarina, alguns açougues de Florianópolis foram flagrados cobrando até R$ 4 por cada quilo de osso. Um dos proprietários instalou uma placa com a informação “osso é vendido e não dado”.

A Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon local recomendou para que mercados e açougues do estado não comercializem ossos de boi e efetuem apenas doações do produto.

Procurado pelo Portal M!, o diretor do Procon-Ba, Iratan Vilas Boas, informou que, até o momento, nenhum caso desta natureza foi registrado em Salvador. Apesar de entender que é até desumano a cobrança do produto, Iratan afirma que não há ilegalidade na sua comercialização.

“Legalmente não há o impedimento da comercialização. Não existe nenhuma lei que diga objetivamente que não pode vender o produto. O que não pode ser vendido é o produto impróprio para o consumo. O produto que esteja em estado de decomposição, que não sirva de fato para alimentação”.

O custo médio da cesta básica de alimentos em setembro em Salvador houve uma redução de 1,36% e o custo da cesta ficou em R$ 478,86. No entanto, no acumulado dos últimos doze meses houve uma alta de 4,25%. Os produtos com redução do preço médio em relação a agosto foram: tomate (-12,73%), pão francês (-2,17%), farinha de trigo (-1,22%), carne bovina de primeira (-0,66%).