Alta dos combustíveis e da energia impactam no custo das indústrias e ao consumidor final, diz vice-presidente da Fieb

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Sérgio Pedreira, explicou que a alta nos preços dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, e da energia elétrica, causa impactos em cadeia, que se inicia nos custos para as indústrias e no preço para o consumidor final.

Na primeira semana de junho, o litro do diesel recuou, pela segunda vez, após meses de alta crescente. O valor final nos postos de combustíveis caiu de R$ 6,918 para R$ 6,882. O produto chegou a atingir o patamar dos R$ 8,490.

“Sem dúvidas que é um impacto importante porque o óleo diesel subiu substancialmente, não só o diesel mas também energia elétrica. Os dois vêm subindo substancialmente acima de qualquer tipo de inflação e isso impacita no custo das indústrias e na distribuição dos produto”, pontuou Sérgio Pedreira.

“Para se ter uma ideia, o óleo diesel custava cerca de R$ 2,50 o litro no início de 2021 e chegou a praticamente R$ 8. Hoje caiu para a faixa de R$ 7, aproximandamente, mas ainda assim é um impacto muito forte. Na energia elétrica tivemos um aumento agora na Bahia de 23%. Então são fatores que alteram diretamente o custo de produção das empresas. “, acrescentou. Pedreira participou de uma entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, para o programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM.

Com a alta nos presos dos combustíveis – que é fundamental para a ecônomia do país uma vez que a distribuição de insumos e produtos são extritamente dependentes do transporte rodoviário – além da energia, Pedreira falou também sobre a importância de uma valorização das indústrias, principalmente a baiana, que registrou aumento de 8,6% em março, sendo o segundo maior resultado do Brasil e defendeu a reforma tributária do país.

A indústria baiana ficou estável com taxa de 0,1% frente ao mês imediatamente anterior, após avanço de 0,4% em fevereiro, segundo Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor de Derivados de petróleo (37,9%) exerceu a principal influência positiva no período, explicada especialmente pela maior fabricação de óleo combustível, óleo diesel e gasolina.

Outros resultados positivos no indicador foram observados nos segmentos de produtos químicos (9,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (200,2%), bebidas (9,7%), celulose, papel e produtos de papel (0,9%) e produtos alimentícios (0,5%). Para o vice-presidente da Fieb, “o que falta, na verdade, é uma política industrial como um todo e precisamos, principalmente de uma reforma tributária”.

Alta do agronegócio e os gargalos do oeste baiano

O agronegócio é um setor que tem ido muito bem. A demanda de alimentos no mundo é grande. Os preços dos comodites e do dólar estão levados, então o setor tem tido nos últimos dois anos momentos de safra muito boa. As condições climáticas também têm favorecido esse momento. Com isso, é esperado também para este ano de 2022 que as safras sejam muitos boas.

Além dos pontos positivos do agronegócio, a indústria baiana passa também por problemas com os gargalos da logística ou a falta dela. “Sim, de fato, há diversos gargalos que impedem o crescimento e desenvolvimento da indústria no estado. A questão da logística é, sem sombras de dúvidas, fundamental. Tem questões com a ferrovia, por exemplo, como a centro Leste que não atendem as necessidades do estado”, falou Pedreira.

“Tem problemas de energia elétrica, como no Oeste da Bahia que poderia estar tendo um processo industrial mais firme, aproveitando os produtos naturais que são produzidos na região, podendo ser industrializados, mas tem problemas sérios de energia elétrica. Então, essa questão de infraestrutura é fundamental para o crescimento”, emendou.  

Cimatec e a parceria com Coimbra

Segundo Sérgio Pedreira, a Fieb tem dado uma atenção ao desenvolvimento das indústrias no estado, principalmente em investimentos em pesquisas para o setor. O Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) tem sido um dos principais pontos de pesquisas para o crescimento e desenvolvito da indústria baiana e também brasileira.

“Hoje o Cimatec é um órgão reconhecido nacionalmente e até mesmo internacionalmente. Essa semana mesmo, o presidente esteve em Portugal com a equipe do Cimatec, juntamente com o diretor Leone, inclusive assinaram um convênio com a Universidade de Coimbra no sentido de novas pesquisas e novas parcerias”, revelou.