Adeus churrasco? Entenda por que a carne está tão cara
O preço da carne no atacado registrou uma diminuição em outubro, mas redução não chegou ao consumidor final
Em sua casa você já teve que substituir a carne bovina por outra proteína mais em conta? Essa é a realidade de grande parte dos lares brasileiros. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 8 de outubro, o alimento acumula alta de 24,84% no resultado acumulado em doze meses até setembro.
No açougue, o preço do patinho está R$34,83 o quilo. Já o acém sai por R$ 30,58. Carnes “mais nobres”, como a picanha (R$ 89) e filé mignon (R$ 69,90) sofrem pouca procura.
O economista Gustavo Palmeira, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-BA), explicou que há diversos fatores que influenciam no aumento dos alimentos dentre eles a alta do dólar e a inflação.
“A desvalorização do Real frente ao dólar impacta de forma direta na economia doméstica e certamente alcança o setor alimentício. A inflação também é um índice que tem grande importância nesse cálculo. As famílias passaram a ter um custo alto para se manter e consequentemente os mais vulneráveis sofreram mais”, disse Gustavo ao Portal M!.
O Superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), Adriano Bouzas, explicou que a Bahia não é autossuficiente na produção da proteína e, por isso, também fica vulnerável a essas oscilações de preços.
“Há vários fatores que implicam na disparada do preço da carne, mas os mais relevantes são custo de produção, transporte, utilização de insumos como adubo, milho, soja, ou seja, commodities, produtos que são precificados em dólar”, esclarece Bouzas.
O superintendente da Seagri também explica que há também uma demanda muito alta, principalmente do mercado chinês, não só de carne bovina mas também suína e de aves. “As exportações têm crescido bastante o que afeta diretamente a lei de oferta e demanda”, acrescentou.
Bouzas salientou que alguns custos do produtor também precisam ser levados em conta para compreender o preço final nos açougues. “Nós temos um estado que ainda não é autossuficiente e que possui aproximadamente 11 milhões de cabeça e desta maneira necessita comprar de outros estados para suprir a demanda doméstica. Há também custos do produtor com a mão de obra, adversidades climáticas, portanto tudo isso implica para o crescimento do preço do produto final”, concluiu.
Alimentos em alta
De acordo com o economista do Dieese, a redução da renda e o corte do auxílio emergencial foram cruciais para reduzir o poder de compra do brasileiro, principalmente da carne. Com a alta, o consumo da carne vermelha diminuirá em quase 14% em 2021, se comparado a 2019, antes da pandemia. É o menor nível registrado para consumo de carne bovina no Brasil em 26 anos, apontam dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“O ano de 2020 não sofreu tanto com o impacto imposto pela restrição de circulação de pessoas por conta da injeção de recursos feito pelo governo através do Auxílio Emergencial, mas em 2021 houve um corte considerável da população apta a receber o benefício, por esta a razão o poder de compra cai”, destacou.
O economista salientou para a alta da cesta básica em Salvador que chegou a cerca de R$ 478 no levantamento publicado em setembro. Segundo ele, isso afetou os custos de um desenho familiar com dois adultos e duas crianças.
Queda no atacado
O preço da carne registrou uma diminuição no mês de outubro no setor atacado levado pelo embargo imposto pela China para a compra do produto brasileiro. O país, que é o maior comprador da produção nacional, não compra há seis semanas.
O que não se vê é a redução no frigorífico, ou seja, para o consumior final. Nos frigoríficos, a diminuição foi de quase 20%, mas para o consumidor foi quase insignificante: apenas 0,3%. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Márcio Milan, o processo é longo.
De acordo com o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Escola Superior de Agricultura da USP, Thiago Bernardino de Carvalho, além do armazenamento das carnes, o final do ano também pode dificultar a queda dos preços no varejo.
Segundo ele esclareceu à Agência Brasil, se a carne continuar estocada a margem de negociação vai continuar melhor para os frigoríficos.
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