Ações da Petrobras tombam quase 10% após projeto que pode mudar Lei das Estatais

As ações preferenciais e ordinárias da Petrobras registraram desvalorização de 9,8%, em reação à mudança na Lei das Estatais, que foi aprovada pela Câmara dos Deputados na noite de terça (13).

A queda registrada foi a pior desde fevereiro de 2021, quando as ações despencaram 20% em apenas um pregão, em consequência da decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de destituir Roberto Castello Branco da presidência da empresa por razões políticas.

Desta vez, os investidores estão aderindo ao movimento de venda das ações pelo receio da indicação de um petista para o comando da petroleira. Isso acontece porque o Projeto de Lei aprovado terça reduz o período de quarentena a ser cumprido pelos políticos antes de assumirem um cargo em uma empresa pública: de 36 meses (três anos) para apenas 30 dias.

Além de agradar ao Centrão, o texto teria sido aprovado para permitir a indicação de Aloizio Mercadante à presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O petista teve a nomeação confirmada pelo presidente eleito, Lula, mas tinha em seu caminho a restrição da quarentena da Lei das Estatais, uma vez que atuou como coordenador político na campanha.

Embora a emenda tenha sido pensada, a princípio, para beneficiar Mercadante, ela também abriria caminho para Lula indicar um aliado para a Petrobras. Até agora, o principal candidato à vaga seria o senador Jean Paul Prates, outro nome que, em tese, poderia ser barrado pelo dispositivo agora extinto da Lei das Estatais.

* Com informações do Metrópoles