Responsável pela creche Béu Machado, Maria José pede auxílio para seguir com a missão: “Minha vida toda foi criar”
Orgulhosa da história que construiu ao lado do falecido marido, Neném, como é conhecida, explicou ao Portal M! que o sonho do casal era ter a casa cheia
Localizada no popular bairro da Boca do Rio, em Salvador, uma iniciativa, que começou despretensiosamente, hoje já tem 37 anos de existência: a creche Béu Machado. A história de amor entre a faxineira Maria José e o jornalista e compositor Béu Machado foi o que permitiu que tudo isso acontecesse. Dona Neném, como Maria é conhecida, trabalhava na casa do escritor, quando eles engataram um romance que durou a vida toda.
“A minha vida toda foi criar. Quando eu me casei com Béu, eu já tinha meu primeiro filho e, com o casamento com ele, tive mais dois filhos. Quando Béu faleceu eu já tinha creche. Béu sempre foi jornalista, escritor e compositor. Ele se foi e eu fiquei com a creche e até hoje estou”, disse Neném.
Diante do sonho que compartilhava com o marido de ter a casa cheia, ambos iam, aos poucos, chamando as crianças da redondeza para passarem o dia lá. O convite também era feito aos pais que trabalhava o dia todo e não tinham onde deixar os pequenos. Com o passar do tempo, a notícia foi correndo, até que passaram a fazer fila na porta do casal.
A casa da família era utilizada para o acolhimento das crianças. Após o falecimento do marido, no entanto, Neném resolveu transferir a creche para outro espaço e lhe deu o nome de ‘Béu Machado’, em homenagem ao seu grande amor. Citando o companheiro de vida, a viúva mostrou orgulhosa o livro que fez reunindo os contos escritos por ele e um grande banner com a sua imagem, que mantém pendurado na sala de casa.
“Béu não alcançou esses quase 30 anos que fiquei nessa casa vizinha. Depois do falecimento dele que eu tive com ACM, o avô, não Neto. Por ele ser muito amigo de Béu, ele prometeu me dar um espaço para eu viver com essas crianças. ACM comprou esse espaço e eu me coloquei lá durante esse tempo todo. Foi muito maravilhoso, passamos esses anos todos fazendo reformas, reformas e reformas, mas vai fazer quatro anos que o Estado tomou a casa para fazer uma reforma. Só que eles acharam melhor, no decorrer do tempo, pegar o espaço de volta e não quereriam mais que continuasse com a creche”, contou.
Segundo Maria José Machado, ela foi convocada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e foi informada de que o imóvel que ocupava corria o risco de cair. De início, a proposta era para ela ser instalar em outro espaço até que uma obra de requalificação fosse concluída, contudo, com o passar do tempo, lhe foi dito que o Estado já não tinha mais o interesse em manter uma creche naquele lugar.
Com o antigo e amplo espaço, Neném chegou a acolher até 280 crianças, mas como, para não encerrar as atividades, ela precisou transferir a instituição para dentro do próprio lar, o número de pequenos foi diminuindo, sendo reduzido drasticamente após a pandemia.
“São 52 crianças cadastradas, mas nem todas vêm de vez. A média, durante o dia, é de 37, 29… depende do dia, porque quando a criança está doente, a gente afasta, porque não pode passar de uma para outra. É uma luta diária. Tem dias que a gente não tem nem o que comer direito, mas aí Deus providencia, é uma coisa assim mágica”, explicou Márcia Guimarães, secretária da creche.
Funcionária da instituição há 26 anos, Márcia foi uma das mães beneficiadas pelo projeto, já que a sua filha, hoje já crescida e formada em Enfermagem, foi uma das crianças acolhidas. “A minha função é pedir. Eu peço alimento para as crianças, peço roupas para o bazar, justamente para a gente comprar as coisas que a gente não recebe… a gente dá oportunidade à comunidade de adquirir esses produtos doados para poder justamente, a gente comprar uma carne ou um frango que falta”, explicou.
Segundo a secretária, as crianças chegam às 7h e ficam até às 17h. Na creche, elas recebem quatro refeições diárias. Ao chegarem, elas tomam café da manhã, vão para as salas de aula, onde recebem o ensino de professoras voluntárias. Mais tarde, elas tomam banho e vão almoçar, tiram um cochilo e depois acordam para brincar, correr e fazer um lanche.
“A maioria das mães são solteiras, que trabalham em lares, então elas têm a necessidade de deixar as crianças aqui, já que não tem ninguém pra olhar. Inclusive, a criança com cinco anos, ela sai daqui, mas tem mães que já estão chorando, pois não sabem onde vão deixar as crianças no próximo ano. Elas necessitam da creche pra trabalhar. Elas chegam aqui cedo, 7h da manhã, e deixam as crianças aqui ao nosso cuidado, pois sabe que as crianças estão seguras com a gente […] Se a gente tivesse uma estrutura maior, quem sabe… se a gente conseguisse resgatar o prédio aqui ao lado, quem sabe a gente não poderia acolher essas crianças após os cinco anos”, disse Márcia.
Além do prédio maior, dentre as necessidades listadas pelos voluntários da casa estão: ajuda de custo para pagar as contas; móveis novos para as crianças estudarem, como mesinhas e cadeiras; pintura para as paredes; doação de objetos que podem ser vendidos no bazar; doação de alimentos; e ventiladores para diminuírem o calor no espaço.
Você também pode ajudar
Ajude como puder a Creche Béu Machado:
Doações por Pix: 7198677-9703 – Associação de Clube de Mães União da Boca do Rio.
Doações por conta Banco Bradesco:
Ag.3673-0
Conta 10643-7
Associação de Clube de Mães União da Boca do Rio.
CNPJ 15.163.058.0001-23
Telefone para contato: (71) 3231-3729 / (71) 98677-9703
As doações também podem ser presenciais, no endereço da instituição: Rua do Caxundé, 13, Boca do Rio, Salvador. Ponto de referência: lado esquerdo de quem sobe a rua, após a esquina com a Rua Novo Paraíso.
Conheça a Creche Béu Machado
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