Sandra Sá fala sobre o papel do artista no Brasil: “Temos que chegar juntos”

A cantora carioca Sandra Sá falou, na manhã desta sexta-feira (1º) sobre o dever dos artistas no Brasil. Para ela, o papel do artista é o papel do cidadão. Cada cidadão no seu setor tem que chegar junto, tem que se respeitar e falar o que pensa e respeitar as pessoas”, disse, em entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM. 

“Não tem essa não de que ‘ah, o artista tem uma obrigação maior e isso ou aquilo’. O artista tem uma voz mais ampla, mas o grande lance é ele exercer a cidadania, por ser o cidadão que é, com a ferramenta que tem no seu setor, da mesma forma que o marceneiro, o motorista vai fazer do jeito deles, que a lavadeira vai fazer do jeito dela. O cantor, o compositor vai fazer do seu jeito, mas o grande lance é ser o cidadão e exercer a cidadania”, acrescentou a cantora que agitou as décadas de 1980 e 1990.

“Muita gente diz ‘ah, o artista não pode se meter em política, em economia’, qual é? Sou cidadã brasileira e todo cidadão brasileiro tem que chegar junto, sim. Vivemos em uma sociedade e temos que estar juntos e falar sim”, emendou Sandra, que retorna à Salvador na próxima sexta (8), para comemorar seus 40 anos de carreira no Cerimonial Rainha Leonor, na Pupileira, às 21h30.

Questionada sobre a polêmica envolvendo a Lei Rouanet nos últimos dias, após Zé Neto da dupla com Cristiano criticar a tatuagem no ‘Tororó’ de Anitta e o uso da lei de suposta forma irregular, Sandra saiu em defesa do fomento à cultura.

“Todo mundo sabe que a lei é importante e se existe, sendo sincera, alguma coisa estranha, algum troca-troca, isso são coisas que têm em todo o lugar, como tem na Petrobras, no Banco do Brasil, como tem no Ministério da Cultura. Como dizia meu avô: ‘sempre tem uma meia dúzia de três ou quatro para meter o pé no castelo de areia’, mas a gente é forte e tem que mostrar que a Lei Rouanet é importante, a Lei Aldir Blanc é importante, a lei Paulo Gustavo é importante. Todas as leis são altamente importantes. Tudo que vá fomentar, que vai dar gás à cultura é importante, sim”, posicionou-se.

“É mais fácil vagabundo cair fora para deixar a gente continuar do que acabar com as leis que fomentam, que fortalecem a cultura”, completou Sá.

Sandra Sá, que mistura MPB, samba, funk e soul, é também conhecida por sua representatividade no empoderamento feminino. Para a carioca, não há bandeiras a serem levantadas, mas sim o respeito a ser perpetuado a si e também ao próximo.

“Para mim, o grande lance, nem é pensar sobre isso ‘ah, você tem uma representatividade, você faz isso ou aquilo’. Eu utilizo o meu tempo sendo. Eu acho que é por isso que as palavras fluem, com essa energia incrível, maravilhosa, só trazendo gás para a gente. Eu acho que é isso, porque existe respeito comigo. Eu me respeito muito, eu me amo muito e com isso eu respeito muito as pessoas”, explicou.

“As pessoas me perguntam porque eu levanto uma bandeira de não sei o quê, ou a bandeira de não sei o que lá. E eu digo, ‘gente, eu sou a bandeira’. Utilizo o meu tempo indo para a frente sem me preocupar que tem que ser assim ou agora é assim, agora é assado. Eu sou eu e vou seguindo comigo. Eu não sou contra nada e nem ninguém, eu sou a meu favor para ficar de bem com a vida, de bem com todo mundo”, expressou.

Confira a entrevista na íntegra: