Programação do MAM destaca diálogo entre as artes e o público, diz Daniel Rangel

Após sucesso com a exposição “Dona Lina”, que contou com exposição de grandes artistas, o Museu de Artes Modernas (MAM), preparou grandes novidades para 2022. Segundo Daniel Rangel, curador do órgão, uma vasta programação este ano visa provocar um grande diálogo entre o público e as obras.

“Estamos com um calendário de exposições completo, a programação do museu está fechada. A próxima exposição se chama Encruzilhada, que vai provocar um diálogo entre o acervo do MAM de arte moderna e contemporânea, com o acervo de arte africana, da coleção Claudia Marcela do Solar Serrão, no Pelourinho. São obras de Rubem Valentim, Mestre Didi e outros artistas que trabalharam com questões africanas, além de obras tradicionais produzidas na África, que pertencem ao Governo da Bahia”, destaca o curador do MAM.

Daniel Rangel também falou sobre a resposta do público baiano e turistas para as exposições permanentes e temporárias do MAM. 

“O MAM para Salvador é muito mais que um museu, um ponto estratégico para cultura, artes, turismo, história e arquitetura, todas essas dimensões fazem com que o Museu seja um dos pontos mais importantes do Brasil. Um ponto de referência que reúne artistas, obras históricas, desde o modernismo até artes contemporâneas. E mais do que isso, um local onde baianos e turistas se identificam e apoiam os nossos acervos, materiais e imateriais”, descreve.

Foto: Reprodução | Geraldo Moniz

Junto com um movimento de modernismo durante a década de 1950, o MAM surge com um olhar nacional.  “O MAM da Bahia surge em 1959, junto com o movimento modernista da década de 1950. Nascemos com a chancela de ser um museu de arte moderna na Bahia, mas que dialoga o tempo inteiro com o Brasil e o Mundo. Então, entendemos que o público reconhece todo esse trabalho do museu. Mesmo no período de pandemia, conseguimos a resposta que esperávamos com essa exposição da Semana de Arte Moderna, para ressignicar o que é o modernismo e incluir a Bahia dentro desse centenário”, ressalta.  

Exposição ‘Dona Lina’ 

Até dezembro de 2021, a mostra de ‘Dona Lina’ ficou aberta para visitação no MAM. Cerca de 300 obras do acervo fixo do MAM de artistas modernistas e contemporâneos junto a peças do Acervo de Arte Popular Lina Bo Bardi, do Centro Cultural Solar Ferrão, da Dimus/Ipac promoveu um diálogo entre às duas coleções.

“Essa exposição de Lina justamente traz a arte popular como uma arte moderna também, com exposição de artistas do Recôncavo e do Rio São Franciso – que também são artistas do período de Tarsila do Amaral, de Portinari e grandes artistas modernistas – para valorizar a nossa cultura que também está completando 100 anos. O verdadeiro modernismo brasileiro está na Bahia, na Feira de São Joaquim, no Recôncavo e com grande valor estético sem dever nada para grandes artistas”, destaca. 

Semana de Arte Moderna 

A Semana de Arte Moderna de 1922 é um marco da história da arte e da literatura brasileira. Os modernistas buscavam liberdade e simplicidade na linguagem, rompendo paradigmas e implementando novas formas de expressão. E, para celebrar este movimento histórico, o MAM inaugura uma nova exposição. Ela estará aberta para visitação entre os dias 22 de fevereiro e 25 de março, de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h.

“Essa exposição vem reconhecer a importância do modernismo de São Paulo e do Rio De Janeiro, além de colocar junto o modernismo da Bahia e do Nordeste em conjunto com esse modernismo, reconhecendo a sua importância”, destaca.