Museus contemporâneos precisam conversar com a nova geração, diz Gringo Cardia

Um dos principais artistas e arquitetos brasileiros, Waldimir Cardia Júnior, mais conhecido como Gringo Cardia, trouxe toda a sua expertise no âmbito cultural para três dos principais museus de Salvador: as Casas da Música, do Carnaval e de Jorge Amado.

Em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, na rádio Nova Brasil FM, nesta sexta-feira (12), o gaúcho de Uruguaiana, que vai receber o título de cidadão soteropolitano em fevereiro do próximo ano, falou sobre as inspirações dele para a construção dos materiais nos três equipamentos culturais.

“A Casa da Música é um dos museus mais legais que já fiz. A maior expressão do Brasil é a nosssa música, que nasce na Bahia. Isso mostra a importância que a cultura tem na vida das pessoas. Ao lado de Antônio Risério [antropólogo baiano], buscamos fazer um museu interativo, moderno, dentro de um prédio simbólico”, afirmou.

“Na nova linguagem dos museus contemporâneos, as pessoas participaram do conhecimento e do conteúdo. A ideia é conversar com a nova geração. Mas o nosso grande desafio foi fazer caber toda a música em um espaço só, mas mostrar a história grandiosa da música baiana, confrontando passado e presente. Digo que o museu está em construção e a ideia é de sempre complementar esse conteúdo”, completou.

Interatividade

Sobre a Casa do Carnaval, no Pelourinho, Gringo Cardia afirmou que Salvador saiu na frente de outras grandes capitais do país ao contar, também de maneira interativa, a maior festa de rua do país.

“Nele, as pessoas podem dançar diversos ritmos. Tivemos uma ideia de criar uma sala interativa e isso deu certo. Penso que a Casa do Carnaval e Cidade da Música da Bahia são complementares, uma vez que Salvador respira música e é inspiração para o Brasil inteiro”, pontuou.

Já com relação à Casa de Jorge Amado, o artista relembrou que este foi o primeiro museu que teve a curadoria dele, na capital baiana.

“Foi um presente. Jorge é um dos maiores escritores do Brasil, trazendo a história da Bahia. E, no museu, buscamos misturar a vida pessoal com os personagens criados por ele, além de colocar a história da Bahia com destaques para o candomblé e a gastronomia. Graças a parceria com a família Amado, abrimos as caixas que estavam fechadas, fazendo a memória siga para as novas gerações. Foi um trabalho muito bacana”, disse Gringo Cardia.

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