Livro sobre Anísio Teixeira vence prêmio nacional de editoras universitárias

Obra do professor João Augusto Rocha foi publicada pela Edufba


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Ana Paula Ramos 29/11/2020 16:30 Cultura

Publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba), o livro Breve história da vida e morte de Anísio Teixeira: desmontada a farsa da queda no fosso do elevador“, do professor da Escola Politécnica da Ufba João Augusto de Lima Rocha, conquistou o primeiro lugar na categoria Ciências Humanas do 6º prêmio da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu).

Publicada em 2019, a obra concorreu com outros três finalistas em sua categoria.  Segundo o professor João Augusto – organizador da Fundação Anísio Teixeira na Bahia e membro do Conselho Curador da instituição -, o livro defende que a morte do educador baiano não foi um acidente e apresenta justificativas que indicam que a ditadura militar poderia desejar que Teixeira fosse assassinado.

A importância temática da obra se dá porque Anísio Teixeira foi um educador singular, cuja contribuição levou a inovações relevantes na política educacional, na administração escolar e na pedagogia, implantadas de 1924 a 1971, no Brasil.

Da educação infantil até a pós-graduação, tudo que é considerado inovação educacional advém das universidades e das escolas que Teixeira concebeu e implantou.

“É de seu esforço que se consolida, no Brasil, a luta pela escola pública, universal, gratuita e laica, baseada no princípio, difundido amplamente por Teixeira, segundo o qual é por meio da escola pública que a democracia implanta-se e consolida-se na sociedade”, relata o autor.

O professor João Rocha realizou uma pesquisa rigorosa, por mais de 30 anos, com o objetivo de esclarecer pontos obscuros relacionados à explicação divulgada na imprensa sobre a morte de Anísio Teixeira, devido a uma queda – acidental ou criminosa –  no fosso de um elevador, no Rio de Janeiro, em 11 de março de 1971.  

 

Acidente ou crime?

Ao avaliar as possibilidades de acidente ou de crime, ele percebeu “que a explicação era muito simplista, sem qualquer suporte em provas concretas e, com o tempo, foi-se evidenciando que a versão foi construída com a finalidade de esconder a verdade, no interesse da ditadura”, conta pesquisador.

“A questão ainda não está completamente explicada, mas, na medida em que provo definitivamente, no livro, que ele não caiu no fosso do elevador, tudo leva a crer que foi assassinado, com grande probabilidade de que isso tenha ocorrido após tortura, em instalação militar no Rio de Janeiro, entre 11 e 12 de março de 1971”, acrescentou.

“Enfim, consolidou-se a possibilidade de que Anísio tenha sido sequestrado no trajeto que ele iniciou na Fundação Getúlio Vargas, na manhã de 11 de março de 1971. O sequestro foi para levá-lo, sob coerção ilegal, a dar depoimento em instalação da Aeronáutica, no Rio, após o momento em que, contraditoriamente, já teria caído no fosso do elevador onde o corpo foi encontrado, dois dias depois”, conta o professor.

Rocha ficou mais de 20 anos de posse dessas informações, para revelá-las, publicamente, somente em agosto de 2012. Após a divulgação, que teve grande repercussão na imprensa, em novembro daquele ano, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) aceitou investigar o assunto.

“A CNV não concluiu a investigação, mas, em 2014, entregou à família do educador fotografias e a cópia do auto do exame cadavérico de Anísio, documentos aos quais tive acesso e que me permitiram provar que a queda no fosso do elevador não foi mais que uma farsa, a serviço de quem tinha interesse em esconder a verdade sobre a morte de Anísio Teixeira”, concluiu o autor do livro premiado.

 

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