Joselia Aguiar apresenta detalhes da Festa Literária Internacional de Praia do Forte

Após dois anos acontecendo pela modalidade virtual devido à pandemia da Covid-19, a Festa Literária Internacional de Praia do Forte (FLIPF) chega à sua terceira edição. A festa acontece, desta quinta-feira (4) até domingo (7),  no Castelo Garcia D’Ávila, em formato presencial.

Com o tema “Bahia Moderna Bahia” e tendo como curadora, este ano, a jornalista e escritora baiana Joselia Aguiar, o evento reúne nomes da literatura local e internacional, tendo como principal objetivo aproximar o público leitor aos autores de diversos gêneros e gerações, em ações de estímulo à leitura.

“Todo novo projeto é um grande desafio porque cada um tem uma história, sua identidade e desejo, então a festa literária é como se fosse um brotinho que a gente começa a cultivar e de repente toma forma ideal. A realização da festa é feita por duas produtoras baianas, sendo três mulheres que atuam na linha de frente. Já está tudo pronto para receber os leitores e este ano de maneira presencial, como realmente deve ser esse  tipo de evento”, disse Joselia Aguiar durante entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM, desta quarta-feira (3).

No ano do centenário da Semana de Arte Moderna, a curadora destaca a importância do movimento vanguadista na influência da cultura e escrita baiana.

“Uma das questões muito importante para os modernistas era essa pesquisa sobre o Brasil, o que eram os elementos que forjam essa cultura popular brasileira e temos isso no nosso dia em Salvador, que é uma cidade onde a arte popular é muito presente no nosso cotidiano. Não existe uma fronteira erudita e marcada como em outros lugares. Costumo dizer que o que está presente nas ruas, está nas obras dos artistas”, pontuou Joselia.

Questionada sobre a ascendência da leitura no período da pandemia, Joselia Aguiar, diz que os brasileiros vêm tomando o gosto e hábito de ler com frequência.

“Foi algo que eu não imaginava. Surgiram várias pequenas editoras e livrarias com um nicho, a gente viu nascer diversos projetos pra atender as pessoas que se redescobriram com a leitura e estamos contentes que isso floresceu durante a pandemia e espero que esse aumento continue”, declarou a curadora.

FLIPF

Estarão em pauta, tanto as iniciativas surgidas na sequência ao evento paulista, como a revista Arco & Flexa e a Academia dos Rebeldes, na Salvador do fim da década de 1920, assim como a arte, a música, a literatura e o cinema modernos que são produzidos posteriormente, entre as décadas de 1940 e 1960, um período de efervescência que somou à paisagem baiana acontecimentos culturais, como o ateliê de Mário Cravo e seus visitantes do Brasil e do exterior, o MAM, de Lina Bo Bardi, a ficção de Jorge Amado e a poesia de Myriam Fraga, o cinema de Glauber Rocha e o experimentalismo de Walter Smetak.

Segundo a organização do evento, no anfiteatro do Espaço Baleia Jubarte, o Canto da Palavra poderá proporcionar ao público um local mais adequado e acolhedor para apreciação dos temas trazidos pela curadora Joselia Aguiar.

No Castelo Garcia D´Ávila serão realizadas as atividades mais lúdicas da feira, como Ninho Flipf (Infantil), Multiverso Flipf (Jovem), Feira e palco Rede de Livros (Editoras e autores (as) baianos), Memórias e Rituais Gráficos (Artes Gráficas) e Vila Gastronômica.

Confira a entrevista na íntegra: