“Iolanta – A princesa de vidro” estreia temporada virtual no YouTube
Dirigido por Daniel Herz e com direção musical de Wladimir Pinheiro, espetáculo ficará em cartaz até 3 de abril, com sessões gratuitas no canal do Banco do Brasil
Inspirado na obra russa “Yolanta”, de Pyotr Ilyich Tchaikovsky, a opereta infantojuvenil “Iolanta – A princesa de vidro” apresenta o mundo sensorial de Iolanta, uma princesa cega. Com direção de Daniel Herz, a peça estreou no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro em janeiro deste ano. Agora, a montagem ganha uma temporada em formato online e gratuita até 3 de abril (sessões aos sábados e domingos, às 16h), no canal do YouTube do Banco do Brasil.
Na trama, ainda bebê, Iolanta perde a visão devido a um acidente e cresce de uma maneira inusitada: sem saber que é cega. O pai superprotetor, rei de Borgonhópoles, esconde de todos a condição da filha e constrói seu mundo de forma que ela nunca descubra que é cega. Ela, então, cresce isolada no meio das montanhas e longe da maldade humana. É uma história sobre a descoberta dos sentidos e sobre o poder de transformação e cura do amor.
O elenco é composto por nove atores-cantores: Caio Passos (Rufino D’Acolá), Chiara Santoro (Martha), Kiko do Valle (Jean D’Além), Leandro Castilho (Sr. Tchaikovsky), Mariah Viamonte (Iolanta D’Aquém), Marino Rocha (Petran D’Aquém), Saulo Vignoli (Almerico), Sofia Viamonte (Laurete) e Tiago Herz (Florian D’Além). Acompanhados pelo músico Pedro Izar, o elenco toca diversos instrumentos em cena, como violão, violino, violoncelo, flauta, flautim, trompete, acordeão e piano.
Idealizadora do projeto, Vanessa Dantas assina a dramaturgia ao lado de Ana Paula Secco. “Justamente por não saber que lhe falta algo, a Iolanta representa um dom além dos sentidos. Por ser cega, ela explorou profundamente a beleza do mundo invisível. Ela se comunica com natureza, fala a língua dos pássaros, das flores”, conta Vanessa Dantas, que já esteve à frente de bem-sucedidas adaptações de óperas de Gioachino Rossini e Gaetano Donizetti para o teatro infantojuvenil.
Na ópera original, a história se passa no século XV, nas montanhas do sul da França. Nesta adaptação, a peça ganha contornos brasileiros, sendo ambientada no período colonial na região da Serra do Órgãos, no Rio de Janeiro.
Os reinos de Borgonhópolis e Provenzópolis foram inspirados nas cidades de Petrópolis e de Teresópolis, respectivamente. O Parnaso é a riquíssima e fértil terra situada entre os dois reinos, disputada pelas famílias reais D’Aquém e D’Além – de onde vêm, respectivamente, os jovens Iolanta e Florian. Em meio às desventuras desta discórdia, os dois acabam se apaixonando.
“A peça traz a ideia de que na diferença você tem a possibilidade de um encantamento amoroso. É na singularidade do outro que você percebe uma outra percepção da vida, possibilitando a paixão. Nesse sentido, acho muito moderno montarmos esse espetáculo agora, nesse momento de tanta polarização”, analisa Daniel Herz. “O que faz o Florian se apaixonar pela Iolanta não é o fato de ela ser cega. Mas a consequência de ela ser cega traz uma sensibilidade, uma percepção diferente sobre a existência, algo que ele não tem”.
Da infância de Tchaikovsky (1840-1893), sabe-se que cedo ele revelou dotes musicais, mas não recebeu educação neste sentido. Seus pais achavam que a música não seria saudável para uma criança tão sensível e até mesmo neurótica. Sua babá costumava chamá-lo de “menino de vidro”, por sua fragilidade. Ao assistir a uma encenação do conto de fadas dinamarquês “Iolanta”, em 1891, Tchaikovsky se identificou tão profundamente com a personagem-título que se sentiu movido a transformá-la em ópera.
Com direção musical de Wladimir Pinheiro (música e letras originais, adaptação musical), o espetáculo explora as mais consagradas obras do compositor russo: os balés “A bela adormecida”, “O quebra-nozes” e “O lago dos cisnes”, além de temas das sinfonias nº 5 e nº 6 e de concertos. “Fizemos uma grande revista da obra Tchaikovsky. São temas conhecidos, já abordados no cinema e em desenhos animados. As pessoas vão reconhecê-los e se surpreender pela forma como foram usados no enredo”, diz Wladimir. Na transposição da história para o Brasil, a modinha imperial foi escolhida como tema musical.
O cenário criado por Glauco Bernardi foi inspirado nas arquiteturas francesa e italiana do século XIX, e no artesanato da cultura popular russa do mesmo período. Um grande realejo, com seus muitos compartimentos e seus bonecos mecânicos, representam os personagens que vão ganhando vida ao se transformarem nos atores.
Daniel Herz – É fundador e diretor artístico, desde 1992, da Companhia Atores de Laura. Dirigiu espetáculos fora do grupo: “Zastrozzi” (de Georg F. Walker), “Geraldo Pereira, um escurinho brasileiro” (de Ricardo Hofstetter), “Nós no tempo” (de Marcius Melhem), “Otelo da Mangueira” (de Gustavo Gasparani), “Tom e Vinícius” (de Daniela Pereira e Eucanaã), “O Barbeiro de ervilha” (adaptação de Vanessa Dantas), “O elixir do amor”(adaptação de Vanessa Dantas), “Fonchito e a lua” (adaptação de Pedro Brício), “Acorda para cuspir” (de Eric Bogosian), “Tudo que há flora” (de Luiza Prado); “A vida de Galileu” (de Bertold Brecht) e “Valsa nº 6” (de Nelson Rodrigues).
Em 2017, dirigiu “Ubu Rei”, de Alfred Jarry, com Marco Nanini, Rosi Campos e os Atores de Laura; “Perdoa-me por me traíres”, de Nelson Rodrigues; e “Fulaninha e Dona Coisa”, de Noemi Marinho. Em 2018, dirigiu “Conexão: Solidão” (criação coletiva); “Ópera Piedade”, de João Guilherme Ripper; e “Cálculo ilógico”, de Jessica Menkel. Em 2021, dirigiu o filme “A melhor versão”, de Julia Spadaccini. No mesmo ano, dirigiu o documentário “A quarta margem”, assinando também o roteiro.
SERVIÇO:
Espetáculo: “Iolanta – A princesa de vidro”
Temporada: de 26 de março a 03 de abril de 2022
Dias e horários: sábados e domingos, às 16h
Exibição: canal do YouTube do Banco do Brasil
Gratuito
Classificação livre
Duração: 80 min.
Iolanta no Instagram: @marcatto_producoes
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