“A voz do público sempre foi inspiração pra gente escrever”, diz cantor da Baiana System

A retomada do setor dos eventos foi uma das fases mais esperadas pelos profissionais do entretenimento e turismo de Salvador, que ficaram há mais de um ano sem poder trabalhar. Para o vocalista da banda Baiana System, o cantor e compositor Russo Passapusso, o sentimento é o de luta.

Diretamente do Rio de Janeiro, o artista conversou, na manhã desta quinta-feira (4), com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra e Bruna Ferraz, no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM). Para ele, a cultura vive um momento delicado e que é necessário alinhar o retorno com cuidado.

“É um momento que estamos com a capacidade mental e física de preparação para as mudanças. Vamos ter um show com Pitty, em Salvador. Voltar a tocar com ela é motivo de felicidade. O  Baiana acabou de lançar com Djonga e a faixa está super aceita. Temos o prazer e a possibilidade de estar em vários cantos e a música brasileira tem essa multiplicidade”, afirma.

Rica em misturas de rítmos, a Baiana System também possui letras fortes e políticas, que chamam atenção para a situação atual vivida pelos brasileiros. O cantor ressalta que as produções são fruto da observação que a banda faz do público e que atualmente, a palavra fome “está muito mais forte no Brasil”.

“No meu ofício na cultura, acho que cada vez mais temos que levantar essa bandeira, para que tenha uma força de tudo isso que está acontecendo. A voz do público sempre foi inspiração pra gente escrever. O personagem das nossas músicas é o público. Fazer um disco do baiana é observar o publico nos shows”, revela.

Russo menciona na entrevista a capacidade da empatia que os integrantes da banda possui para com os fãs e ainda comenta sobre o avanço da presença dos brasileiros na internet, ação que foi fortemente influenciada pela pandemia da Covid-19.

Para ele, é preciso “caminhar pelo digital e tomar cuidado para que isso não tire nossa humanidade”, finaliza.