A música de antes e de agora, não mudou…
Da Sonata Metódica nº 1 de Georg Philipp Telemann a Ai bebê, do Unha Pintada, lá se vão mais de 300 anos de evolução musical
Para quem acostumou os ouvidos com os clássicos melodiosos do The Beatles, a irreverência de um Rolling Stones, ou mesmo o som dreadnought cheio de sintetizadores e guitarras de um The Who ou Pink Floyd. Ou ainda os brasileiríssimos e tropicalistas Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso, Toquinho e Vinicius, Tom Jobim e Miucha, soa meio estranho compará-los com os grupos e duplas de neo arrocha, que se fazem presentes em bailes, paredões e entre nove de 10 veículos sonorizados.
Mas da música Sonata Metódica nº 1 em sol menor para flauta e cravo, de Georg Philipp Teleman (1681-1767), compositor medieval alemão, a Ai bebê, do Unha Pintada (2011), grupo neo arrocha oriundo de Sergipe, lá se vão mais de 300 anos de evolução musical.
Nesse período, a música ocidental, cuja base era o cravo, a flauta doce e o oboé, evoluiu para o clássico, o romântico, o samba, MPB, jazz, o blues, o rock e o punk e suas variantes, até desaguar no que hoje ouvimos entre um misto de axé, sertaneja, arrocha e sua derivação, chamada de sofrência.
Nos mais variados ritmos e estilos, a música espelha um período da sociedade e retrata, na musicalidade dos seus versos (ou ausência deles) o dia a dia das pessoas, suas alegrias, sofrimentos e frustrações. Portanto, nada a estranhar da mudança musical que se opera na sociedade contemporânea. Ela é o seu retrato, não podendo ser qualificada como boa ou ruim, mas sim aquilo que as pessoas querem ouvir.
Pesquisas antropológicas indicam que a música já se fazia presente na pré-história, como um elemento de comunicação e posteriormente de cultura entre os diferentes povos. Pesquisas arqueológicas revelam, por sua vez, que um dos instrumentos que depois se popularizou na Idade Média, a flauta, já existia há 60 mil anos. A lira e a harpa, presente em algumas orquestras sinfônicas da atualidade, já existia na Mesopotâmia, a pouco mais de 3.000 a.C.
Música, que vem do grego “musiké techne”, que significava o trabalho sonoro das musas, é uma sucessão de sons, sequenciados ou superpostos, com intervalos de silêncio. Quer seja do rock, ao samba, do clássico ao jazz, ela se faz presente desde a antiguidade e exprime sempre o estado de espírito do homem, quer na individualidade ou no coletivo.
Teleman, Mozart, Beethoven ou Bach. Beatles, Led Zeppelin ou Michael Jackson. Carmen Miranda, Pixinguinha, Roberto Carlos, Caetano Veloso, ou até mesmo o Rei da Pisadinha e Unha Pintada. Todos foram ou são músicos que expressam ou interpretam anseios, frustrações, alegrias ou tristezas da sociedade. Por isso cabem todo nesse eclético universo.
Música sempre
Para Ludwig van Beethoven (1770-1827), um dos mais renomados compositores clássicos da história, a música não se resume à sonoridade dada a versos de uma poesia. É o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos. A melodia é a vida sensível da poesia.
E a poesia é livre, com nuances que a torna comum ou sublime, conforme a visão e sensibilidade do autor. A música é essa expressão sonorizada, do barroco, clássico, moderno e contemporâneo, com suas inúmeras variáveis do samba, do forro, da popular, rock, funk, blues, jazz, pagode, arrocha. Faz chorar, rir, sofrer. Mas sempre faz cantar, dançar e curtir. Não existe a boa música. Mas a música boa, que é aquela adequada a situações e pessoas.
E é disso que vamos tratar todos sábados, na Editoria de Cultura do Portal M!, Música, seus artistas e suas histórias. De antes e do agora. Mas sempre a música para quem tem ouvidos para ouvir e quer ouvir. (Por Adilson Fonseca).
Adilson Fonseca
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