Chico Buarque nega estar sofrendo críticas de feministas após decidir deixar de cantar música

Um dos maiores cantores e compositores da MPB, Chico Buarque afirmou ter ficado incomodado com as reações a uma declaração dele de que não cantaria mais a música Com açúcar, com afeto“, de 1967, composta por ele e sucesso na voz de Nara Leão.

Em entrevista ao portal Brasil 247, o artista negou que esteja promovendo uma “autocensura” e que esteja sofrendo críticas de movimentos feministas, destacando que não tentou “cancelar” a canção, apontada como machista, mas sim que “simplesmente não tem mais vontade” de cantá-la.

“Criaram essa celeuma de que estou cancelando, me autocensurando, vetando. Tenha paciência. Não tenho nada a ver com isso. Deixar de cantar não é proibir nem cancelar. A canção é realmente datada, simplesmente não tenho mais vontade de cantar”, declarou.

A polêmica começou depois que o artista fez comentários sobre a música no documentário “O canto livre de Nara Leão”, da Globoplay, em comemoração aos 80 anos de nascimento da artista, que morreu em junho de 1989.

No filme, Chico comenta a canção que fez por encomenda da cantora, que queria uma letra de “mulher sofredora”. 

A música também fazia parte do repertório cantado pelo próprio compositor, mas ele afirmou que não a interpretaria mais por achar que “as feministas têm razão” e que “a mulher não precisa ser tratada assim”. Chico também afirmou que, se estivesse viva, Nara também não cantaria.

“Achei que foi uma reação absurda. Não havia motivo. Não imaginei que fosse suscitar alguma polêmica, alguma controvérsia. Eu disse que não cantava mais Com açúcar, com afeto, como de fato não canto há muitos e muitos anos. E um artista deixar de cantar uma música não me parece uma notícia”, opinou o cantor e compositor.

* Com informações do UOL