“Vamos continuar resistindo a todos esses ataques”, diz APLB sobre Dia do Professor

Rui Oliveira cita problemas, como seis anos sem reajuste salarial e péssimas condições de trabalho


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redacao 15/10/2021 17:48 Cidades

“É época de sobreviver, um dia de muita reflexão”. Foi desta forma que o coordenador-geral da Associação dos Professores Licenciados do Brasil – Secção Bahia (APLB-BA), Rui Oliveira, descreveu o Dia do Professor, celebrada nesta sexta-feira (15).

Comemorada nacionalmente, a data é o resultado da luta de Antonieta de Barros (1901-1952), a primeira mulher negra a ser eleita deputada no país. Ela acreditava que a educação era o caminho para o futuro e instituiu o marco para que os educadores passassem a ser vistos como importantes agentes de mudanças na sociedade.

Mas, após tantos anos, os professores seguem sem receber o devido valor. Rui Oliveira cita problemas como seis anos sem reajuste salarial, péssimas condições no ambiente de trabalho, além do alto nível de estresse, situação que só se agravou com a pandemia da Covid-19.

“É uma profissão muito digna, me orgulho de ser professor. Infelizmente, essa categoria, na maioria dos países, não é valorizada. Nós temos trabalhado com muita honra, de forma complicada em plena pandemia, nos reiventando dentro do ataque do coronavírus. [Além disso], enfrentando um governo negacionista que quer tirar direito de todos os trabalhadores públicos de uma maneira geral. Nosso nome é resistência”, afirma Rui Oliveira, que também é professor de química da rede estadual.

Ele reconhece que é uma data para celebrações, mas ressalta os problemas enfrentados pelos professores no estado. São cerca de um ano e sete meses de dificuldades para a categoria exercer o trabalho, desde que a pandemia de Covid-19 se alojou no país. De acordo com o coordenador, com as aulas remotas, os profissionais foram forçados a se reiventar, mesmo sem treinamento para trabalhar neste formato.

“Nós temos péssimas condições de trabalho. As escolas, tanto municipais quanto estaduais, são estruturas muito ruins, dificilmente você encontra uma escola que tenha quadra, ginásio de esporte. Se eu não me engano, Salvador tem 94 km de praia, [mas] você não vê uma escola com piscina na rede estadual. Não existe biblioteca, são escolas degradantes”, relata.

Dados da própria APLB, referentes a levantamento realizado em 2020, indicam que 76% dos educadores sofreram doenças de caráter psicológico no ano passado. Depressão, além de crises de ansiedade e pânico, foram apontadas como os problemas mais frequentes.

De acordo com a entidade, este ano houve aumento considerável – da ordem de 45% – no atendimento de professores com a Síndrome de Burnout – disturbio emocional com sintomas de alto grau de estresse e esgotamento físico, em decorrência do trabalho.

 

Ato na governadoria

Com o intuito de lutar pelos seis anos sem reajuste salarial, a APLB-BA promoverá um ato na manhã do dia 28 de outubro (quarta-feira), em frente à Governadoria, juntamente com outros sindicatos que enfrentam o mesmo problema.

“Aqui na Bahia, na rede estadual, tem seis anos que o governador Rui Costa não consegue reajuste para os funcionários públicos. É uma defasagem de cerca de 40%. Não tem reajuste nem para os funcionários ativos nem para os aposentados. Então nós iremos lutar, resistir, para que possamos sobreviver”, diz Rui Oliveira.

O coordenador da APLB lembra que 2021 é o ano em que se comemora o centenário do educador Paulo Freire e, por isso, ele diz que o momento é de esperança.

“Segundo Paulo Freire, quem não pode perder nunca a esperança é o professor. Dia 15 de outubro é o dia da resistência e nós vamos continuar resistindo a todos esses ataques, porque professor é para brilhar, não é para morrer de fome”, finaliza.

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