“Transformei minha fraqueza em minha maior fortaleza”, revela Prates sobre vacinação em Salvador
Ele disse ainda que a pandemia o ensinou a viver um momento de cada vez
O deputado estadual licenciado e atual secretário de Saúde de Salvador, Léo Prates concedeu entrevista ao colunista do jornal A Tarde e editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, onde destacou a excelência no processo de vacinação ocorrida na capital baiana durante a pandemia da Covid-19.
Ele pontuou que transformou a sua maior fraqueza na maior fortaleza e pôde proporcionar aos profissionais de Saúde o melhor ambiente possível para que o trabalho pudesse ter sido desenvolvido, incluindo a implantação do drive-thru.
“A gente deu exemplo porque eu transformei minha maior fraqueza na minha maior fortaleza. E eu me coloquei no meu lugar. Qual era o meu lugar? O meu lugar era de facilitar o trabalho dos profissionais de saúde. Eles que entendem de saúde, não eu. Então é botar remédio no posto, botar máscara, dar melhores condições de trabalho, é o posto estar em condições de trabalho, sem goteira, com ar-condicionado funcionando, com os instrumentos e equipamentos funcionando. E também pude trazer a minha experiência como engenheiro da logística”, destacou.
“Nós criamos o drive-in no Brasil, o modelo de drive, na vacinação da gripe. Na vacinação da gripe, no início da pandemia em 2020, porque todo mundo estava com medo, nós criamos esse modelo e acabou virando uma febre no Brasil. E nós também soubemos aproximar o serviço das pessoas. Nós, por exemplo, temos um ônibus indo aos vazios assistenciais. O que são os vazios assistenciais? A parte do território, nós temos quase 60% de cobertura hoje, saímos de 18% para 60%. Mas nós ainda faltamos 10-20% do território que necessita de posto de saúde. Então nós temos um ônibus que sai rodando, feiras móveis. Também temos a parceria com os políticos, nós aproveitamos o que os políticos têm de melhor, levar o serviço para próximo das pessoas. O resultado disso é que nós temos hoje indicadores de primeira e segunda dose melhores do que em países desenvolvidos”, acrescentou.
“Nós temos 96% da população em primeira dose e 92% em segunda dose. Nós temos hoje melhores indicadores de crianças do que qualquer capital do Brasil. Nós temos quase 101%… Por que 101%? Porque Salvador está vacinando o interior. E aí eu quero destacar a liderança de Bruno Reis e de ACM Neto. Nós nunca olhamos a cidade de onde a pessoa veio, seja para vacinar, seja para cuidar. Nós abrimos o nosso sistema, os nossos recursos para cuidar da vida das pessoas independente de qual a origem da Bahia. Qual o indicador hoje que nos preocupa? É a terceira dose. Nós estamos com as equipes de saúde da família correndo atrás dessas pessoas, nós temos mais de 600 mil pessoas sem a terceira dose, nosso indicador é de 55%, e o ideal é ter 80%, esse é o indicador dos epidemiologistas. E isso preocupa bastante porque nós temos 30 países do mundo, eu quero deixar bem claro que a pandemia não passou, a dois pontos de preocupação da Organização Mundial de Saúde, e eu acho que, me permita, em um deles ela deveria agir com mais rigor”, completou Prates.
Flexibilização
Prates também comentou a respeito da liberação do limite de público em festas e a possibilidade da flexibilização do uso de máscaras. Segundo o gestor, os números atuais favorecem para tal decisão, mas é preciso ter um pouco de cautela em relação ao mês de abril por ser um período histórico de aumento dos causos de síndromes respiratórias.
“A primeira coisa que nós precisamos entender é que essa pandemia nos ensinou também a viver o momento. Há esse momento, eu disse ao prefeito Bruno Reis e ele até contou isso em um discurso dele, que tudo na vida dele é com muita luta e muita dificuldade. Que ele se tornou prefeito, esse era um sonho que eu também tinha, mas que nesse momento eu não gostaria de estar no lugar dele, porque é um momento de muitas incertezas e muitas inseguranças. Nem dele e nem do governador Rui Costa. Porque no momento você não tem nenhum indicador de que seja necessário nenhum tipo de restrição. Se o governador e o prefeito quiserem tirar máscaras nesse momento em ambientes fechados e em ambientes abertos, eles podem retirar. Eu tenho um indicador de retransmissão que é o indicador mais importante, o fator de retransmissão, que está hoje em 0,23 na cidade. O fator de controle é até 1. Para você entender, o que é o fator de retransmissão? É uma pessoa estar contaminando quantas pessoas? Então está contaminando menos que uma, a pandemia está sob controle, e nós tivemos uma meta sempre desde a época do prefeito ACM Neto”, detalhou.
“Nós não podemos salvar as pessoas do coronavírus e matar de fome. Nós precisamos ver que nós somos uma cidade pobre, dois anos de pandemia, e eu concordo com a liberação de eventos, concordo com a liberação que foi feita pelo prefeito Bruno Reis e pelo governador Rui Costa. Eu pondero, apenas, eu vi hoje até um prefeito falando que vai liberar no início de abril, é uma decisão que é possível, como eu volto a dizer, o uso de máscaras. É possível sim, nós temos indicadores para isso, mas eu ponderaria mais parcimônia da sociedade. Eu não vejo a máscara como um problema, eu acho que o problema é nós termos todas as atividades econômicas e todos os setores funcionando para retomar os empregos dos pais e mães de família para que eles tenham o que colocar na mesa, e a gente salvar as pessoas do coronavírus. E aí você pergunta: Leo, qual o receio? Eu tenho dois receios nesse momento em relação à liberação do uso de máscaras. Os indicadores desse momento e as decisões que o prefeito e o governador tomarem terão todo o meu apoio, porque o que eu estou fazendo aqui é mera especulação. Mas eu estou fazendo minha especulação em cima da história”, salientou.
“Historicamente o mês de abril é o mês de maior avanço de síndromes respiratórias. Nós estamos começando em Salvador uma vacinação de gripe no dia 4 de abril. Já estou deixando o planejamento pronto para o meu sucessor também, as licitações estão prontas, a estrutura está pronta para a vacinação. Eu ponderaria e seguraria o mês de abril, porque o mês de abril é o pico histórico de síndromes respiratórias mesmo antes da pandemia. Então eu não acredito que com o alto índice de vacinações, nós teríamos uma alta de internações hospitalares, mas nós podemos ter um pico de atendimentos em UPAs e postos de saúde. Porque eu quero lembrar a você que quando nós liberamos os parques públicos nós tivemos uma alta de atendimentos pediátricos, porque as crianças voltaram a conviver, e estavam há um ano, dois anos sem convivência. As pessoas estão usando máscaras e eu quero lembrar que em 2020 e 2021 no Brasil tivemos os menores índices de atendimento de síndromes gripais, tirando o coronavírus, lógico. Por causa da utilização de máscaras. Então o meu receio é, pra resumir a minha resposta, que se retire as máscaras no pico de síndromes respiratórias, que isso gere uma alta de atendimentos, uma pressão grande sobre as UPAs e postos de saúde, e o tempo de atendimento e a qualidade de atendimento à saúde piorem na Bahia inteira”, ressaltou.
Desafios
Prates comentou também a respeito das doenças que deixaram de ser tratada em virtude da pandemia do novo coronavírus. Ele destacou que é preciso avançar bastante na saúde mental, um dos pontos que mais afetaram a população por conta da readequação do modo de viver.
“Eu acredito que é o que eu chamo de “sequelas do sistema de saúde pós-COVID”. Você vai ter que melhorar muito, e aí respondendo aquela sua pergunta de o que eu fiz e o que eu gostaria de ter feito. Eu fiz alguns avanços e um eu dividi com o governo do estado. Nós inauguramos o primeiro CAPS 24 horas de Salvador, ali em Jardim de Armação. O governo construiu e nós montamos a equipe. Nós estamos com a política de saúde mental na Câmara Municipal. Nós colocamos um novo serviço de saúde mental no multicentro da Carlos Gomes, mas nós ainda precisamos avançar muito na questão da saúde mental. Então você tem uma fila muito grande. Nós precisamos avançar muito ainda na saúde mental e esse vai ser um problema pós-COVID. Hoje nós estamos deixando um planejamento pronto e orçamento dado pelo prefeito Bruno Reis para transformar o CAPS Maria Celia da Rocha de CAPS II para CAPS III, ou seja, para transformar em um CAPS 24 horas, porque eu acho que essa questão da saúde mental vai ser um grande problema”, pontuou.
Além disso, nós estamos preparando uma rede de leitos de urgência e emergência, porque o paciente que tinha sofrimento mental e não se tratou ele já vai chegar agravado. E nós estamos preparando as UPAS, já temos nas UPAS da Cidade Baixa, por exemplo, dois leitos de atendimento para leitos de urgência para atendimento psicológico. Então temos dois psiquiatras lá, e temos outra UPA que agora me falha a memória. Nós devemos ampliar de um CAPS II para III e devemos ter outra UPA com leitos psiquiátricos. Então eu acho que a saúde mental vai ser um grande desafio para o pós pandemia, que veio para enfrentar até a nossa própria cultura, nós somos a cultura do abraço, do beijo, do estar próximo. Então eu diria que a tendência dos próximos meses é a gente ver também um aumento considerável do que eu chamo de “sequelas da COVID no sistema de saúde”, um aumento na procura por exames e consultas”, disse Léo Prates.
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