Salvador faz aniversário e ex-prefeitos contam o que desejam para a capital 

Nesta segunda-feira (29), Salvador completa 472 anos. Por mais um ano, a primeira capital do Brasil não terá uma grande festa e as comemorações ficarão apenas nos corações dos soteropolitanos. Ao longo dos anos, Salvador cresceu e teve um grande ganho de infraestrutura, mas ainda há muitos desafios a serem superados pela gestão. Para saber o que falta para nossa cidade ficar ainda melhor, o Portal M! pediu a quem conhece bem a cidade para opinar e convidou ex-prefeitos a falarem sobre o que gostariam de ter feito e o que esperam que a cidade conquiste nos próximos anos.  

Lídice da Mata  

A primeira prefeita de Salvador, entre os anos de 1993 e 1996, a deputada federal, Lídice da Mata (PSB-BA), afirma que Salvador ainda é carente no combate à desigualdade social. Ela lembra que em sua gestão a pauta foi vista como prioridade e uma série de ações foram feitas, como o trabalho da Fundação Cidade Mãe, que segundo ela, atuou nas ruas para impedir o surgimento de “fábrica de crianças nas ruas”. 

Lídice da Mata

“A principal questão que eu coloquei na minha gestão e acho que revelei para a cidade de Salvador, foi o combate à desigualdade social nessas cidades, com a Fundação Cidade Mãe, que atuou nas ruas para impedir o surgimento da fábrica de crianças nas ruas. Isso hoje foi modificado com novas políticas públicas, mas considero que há uma dívida na cidade com suas crianças mais pobres, em acesso a creche, escola de qualidade, acesso a vida com dignidade”, afirma. 

De acordo com a deputada, é preciso resolver este problema e pensar em montar um perfil socioeconômico da cidade para o pós-pandemia. “Ter uma agenda que vai desde a construção de uma cidade mais fraterna daqueles que vivem nas áreas periféricas, com projetos de habitação, com a reocupação do Centro da Cidade, com moradia. Nós precisamos principalmente de montar um perfil socioeconômico da cidade. Incluindo a juventude negra, incluindo as mulheres que somos maioria da cidade. Nossa marca econômica é a informalidade, portanto pensar em um desenvolvimento econômico pós-pandemia é pensar em uma forma de incluir a mulher negra na produção econômica da cidade de Salvador com dignidade”. 

Ela finaliza com um desejo de presente para Salvador.  “O que eu desejo nesse momento de presente para Salvador é vacinação já, que a cidade esteja protegida contra esta política genocida do presidente da República”. 

Antônio Imbassahy  

O 67º prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy, lembra do período da sua gestão. “Acho que nós fizemos um grande avanço na modernização da estrutura física da cidade, observando sempre a sua história e os valores culturais que são intensos na primeira capital do Brasil”, afirma.  

Antonio  Imbassahy

Ele conta que houve uma articulação da comunidade, na procura da promoção social e também diz o que acredita que precisa ser feito em Salvador, após a fase de pandemia. “A vacina é um item principal hoje que está ligado diretamente a vida das pessoas, passando essa fase, acho que o fundamental é melhorar a qualidade do ensino básico, enfatizar a educação”, disse.