Provedores de internet temem apagão

No momento de crise e isolamento social, o segmento de provedores de internet se vê como essencial para atender as demandas da sociedade. Nesse período, vem ocorrendo aumento do tráfego, com deslocamento das redes corporativas para residenciais e urgentes necessidades dos governos para conectar unidades de saúde, instalar novos programas e serviços de suporte à população. Na Bahia,  segundo levantamento da Associação dos Provedores de Internet da Bahia – PROBAHIA, são cerca de 1.200 provedores regionais, atuando em todos os 417 municípios baianos.

No entanto, apesar de prestarem serviço essencial, sobretudo em cenário de crise, o segmento demonstra preocupação com medidas e decisões tomadas por alguns governos estaduais e municipais, que podem estimular o não pagamento de contas, provocando risco de apagão. Nesse contexto, os provedores regionais informaram que as telecomunicações são frequentemente equiparadas de forma equivocada a outros serviços essenciais como água e energia.

“Energia, água e esgoto são serviços públicos concedidos em regime de monopólio, onde o Estado garante a continuidade da prestação, independentemente das condições econômicas. Nas telecomunicações, entretanto, o serviço é prestado por empresas privadas”, diz o presidente da entidade, Othon Santana.

No início da pandemia, os provedores, por meio da PROBAHIA, se colocaram à disposição do governo estadual para participar das ações estratégicas de contenção do vírus, garantindo acesso gratuito à internet em hospitais e postos de campanha instalados provisoriamente pelo governo, na capital e no interior.

Os chamados pequenos provedores, capilarizados em todo o estado, são os que fazem a inclusão digital de toda a Bahia, contribuindo assim para mudar a configuração das perspectivas tecnológicas das cidades, sobretudo das periferias dos grandes centros urbanos, onde as operadoras não têm rede para atender. 

O presidente da entidade, Othon Santana, informou que em cada um dos município atua pelo menos um provedor de internet de pequeno porte, com capacidade para prover a comunicação entre postos, município e estado. Em âmbito nacional, os provedores de internete selaram parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação – MCTIC – para conectar 16 mil postos em todo o país, como medida de enfrentamento da pandemia do coronavírus.