Profissionais de saúde da Bahia criam movimento para pressionar por vacinação no país

Com o objetivo de defender a vacinação de toda a população brasileira através do Sistema Único de Saúde (SUS), impedir a comercialização do imunizante, além de ampliar o debate sobre a pandemia e monitorar as ações dos poderes públicos na definição de ações, profissionais de saúde, servidores públicos do estado e simpatizantes da causa criaram o Comitê Baiano Vacina no SUS Já!  

De acordo com a coordenadora do movimento, a enfermeira e ex-vereadora de Salvador, Aladilce Souza, o coletivo surge para pressionar os governos no sentido de agilizar a vacinação.

“Não podemos continuar nessa situação que o Brasil está vivendo. Para a gente vencer a pandemia, temos que ter uma ação mais enérgica, principalmente do Governo Federal. É preciso comprar a vacina de todos os países que puder comprar. Estamos em uma situação de pedir socorro ao mundo. Estamos isolados por conta da situação que chegamos, de uma pandemia sem controle”, afirma.  

A formação do coletivo foi uma das deliberações tomadas na Plenária Geral “Vacina Para Todos Já”, realizada em 14 de janeiro deste ano, com a participação de centenas de entidades e instituições sindicais, lideranças universitárias e religiosas, movimentos sociais, pesquisadores, parlamentares e representações de trabalhadores do serviço público e privado, de diversas categorias de âmbito nacional. 

Aladilce Souza é coordenadora do ‘Comitê Baiano Vacina no SUS Já!’.  Crédito: Divulgação/CMS

Desde então, após a sua criação, segundo Aladilce, o comitê baiano vem propondo vários debates com cientistas e gestores a respeito da imunização em Salvador, no estado e no país. Entre as pautas estão a produção de vacinas em território nacional, a discussão sobre renda emergencial e o prazo de imunização. 

“O que está acontecendo [no Brasil] é um cronograma de vacinação a longo prazo e, enquanto isso, o vírus tem tempo de se multiplicar e surgirem novas cepas. A situação é dramática, e nós decidimos fazer essa mobilização seguindo o movimento de entidades nacionais. Estamos discutindo a questão da renda emergencial, que é importante e necessária para que as pessoas consigam fazer o distanciamento social e também descentralizar o movimento para o interior do estado”, diz a coordenadora. 

Em mais uma movimentação, na próxima sexta-feira (26), o coletivo fará uma audiência com os secretários de Saúde da região de Ilhéus, Itabuna, Itacaré. “A gente precisa se mexer para pressionar esses governos”, defende.  

Além disso, o movimento também vem atuando no combate as fakes news, oferecendo informação qualificada, evitando que a população descredite na vacina. As lives semanais no Instagram do comitê ajudam nisso também. 

Desde a sua criação, o grupo tem realizado debates com especialistas e audiências com autoridades, a exemplo das duas realizadas com o secretário municipal da Saúde de Salvador, Léo Prates, nos dias 11 de fevereiro e 2 de março, com as participações de Stela Souza e Ricardo Mendonça, presidentes dos conselhos estaduais: dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems-BA) e Estadual de Saúde (CES-BA), respectivamente.

O objetivo, além de monitorar e atualizar as lideranças das entidades sobre as medidas adotadas pelo poder público, é o de formular propostas para contribuir com o enfrentamento da pandemia.