Professores da rede pública reclamam da falta de equipamentos e suporte para ministrar aulas online

O ano letivo remoto na Bahia começou no último dia 15 de março. Desde então, muitos professores têm reclamado das dificuldades encontradas para ministrar as aulas online. Em contato como o Portal M!, professores reclamaram da falta de equipamentos e assistência necessária por parte da Secretaria Estadual de Educação (SEC). 

“Temos que dar aulas remotas e nos virar para conseguir os equipamentos e reunir as condições para fazer essas aulas. Sem qualquer suporte. Eu, por exemplo, não posso dar quatrocentos reais do meu bolso para comprar uma câmera. O governo da Bahia conseguiu gerar o caos na educação que já andava cambaleando”, diz um dos professores.

“Depois de um ano, de uma hora para outra a SEC determinou o retorno sem tempo para planejamentos, com uma carga horária absurda para colégios, professores e alunos”, reclama o professor que preferiu não revelar sua identidade. 

“Eu não sei mais o que fazer para explicar aos alunos e aos pais que insistem em invadir o meu privado para tirar dúvidas, que eu não trabalho no turno noturno, nem de madrugada e muito menos aos domingos. Como todos profissionais eu tenho também o direito trabalhista de descansar após um dia inteiro de aulas em ensino remoto”, reclama outra professora. 

APLB

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, o governo deve criar uma comissão para apurar todos essas denúncias. O presidente conta que, na próxima quarta-feira (31), a APLB tem uma reunião marcada com o secretário de Educação Jerônimo Rodrigues sobre o tema. 

“Solicitamos uma reunião para tratar desses e demais pontos relacionados a essa temática. Continuaremos trabalhando e nos colocando à disposição para o debate e ações no sentido de garantir a educação como direito e não precarização das relações de trabalho”, diz a nota assinada por Rui Oliveira.

No documento a ser apresentado, Rui descreve as principais reclamações dos professores e alunos, como, por exemplo, dificuldade de acesso por não terem internet ou conexão ruim e pouca memória dos celulares dos alunos não suportam a quantidade de informações e atividades a serem baixadas. 

Entre os principais problemas enfrentados pelos nesse momento de aulas virtuais, o sindicato enumera: “problemas de acesso ao e-mail; professores com turmas a mais, turmas que sumiram; professores inseguros para conduzirem o processo de aulas síncronas; ausência de orientação de rede sobre elaboração de vídeo-aulas; jornadas excessivas de trabalho (em qualquer turno ou horário), direito à desconexão sendo violado; problemas em grupos de Whatsapp”.