Presidente da ADPF-BA vê com “naturalidade” troca de superintendente da PF no estado

Em meio às acusações de interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na mudança do comando da Polícia Federal (PF) do Amazonas, o representante da seção Bahia da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF-BA), Rony Silva, diz ver com “naturalidade” a alteração na superintendência da corporação no estado.

Aqui, o delegado Justo Madruga foi substituído pela então responsável pela Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) em Brasília, a delegada Virgínia Vieira Rodrigues Palharini.

“Dr. Madruga ficou seis anos e pouco. Ele está bem tranquilo, e será transferido para um posto da Polícia Federal na África do Sul”, afirmou o presidente da ADPF.

Desafios da gestão

Para o delegado Rony Silva, a nova comandante da PF na Bahia terá desafios estruturais durante sua gestão. Segundo ele, instalações da corporação no estado devem ser reformuladas.

“Um desafio é conseguir transformar o posto da Polícia Federal em Feira de Santana em uma delegacia, com boa estrutura. Em Salvador, também precisamos conseguir um prédio novo que amplie o espaço, porque estamos divididos, já que temos parte instalada no Corredor da Vitória e a outra, no Itaigara”, listou o delegado.

Acusação de interferência

Além da substituição do comando da PF na Bahia, o Governo Federal determinou mudanças nas superintendências regionais de Santa Catarina, Roraima, São Paulo e no Amazonas. 

Neste último, a mudança no comando ocorreu após o então chefe da PF do estado, Alexandre Saraiva, ter acionado o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de uma notícia-crime, contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. 

No documento, o delegado alegou que a conduta de Salles na pasta tem indícios de suposto beneficiamento de madeireiros ilegais na Amazônia, o que facilita a grilagem de terra na Região Norte.