“Praia deveria ter sido a primeira a abrir”, diz infectologista Roberto Badaró sobre plano de retomada em Salvador

Médico infectologista e pesquisador-chefe do Instituto de Tecnologia em Saúde (ITS) do Senai/ Cimatec, Roberto Badaró não vê problemas sanitários em uma possível reabertura das praias de Salvador. Para ele, esses espaços já deveriam ter sido disponibilizados à população. 

“Praia deveria ter sido a primeira a abrir. Não tem nenhum problema ir à praia, assim como os clubes, que podem ser perfeitamente abertos”, disse o infectologista. Badaró, no entanto, alertou que nem mesmo ao ar livre, caso esses espaços sejam reabertos, deve haver aglomerações.

“O problema não é ir à praia, mas gerar aglomeração, e isso precisa ser fiscalizado. O Porto da Barra, por exemplo, não tem mais como ser como era antes da pandemia, quando havia muitas pessoas. Já em relação aos clubes, é possível controlar a entrada e a quantidade de pessoas e aferir a temperatura”, afirmou o infectologista. 

Ainda em sua defesa pela reabertura das praias de Salvador, Badaró criticou o que chamou de “desconhecimento” do poder público em adaptar locais a um contexto de nova normalidade. “Parece que partem da premissa de que o povo é mal educado e que todos vão se aglomerar nas praias. Não é assim. Você vê que, nos Estados Unidos, as praias e clubes abriram antes do comércio e do shopping center. Mas aqui a gente faz o inverso, acha que sabe mais do que eles”, opinou.

O médico infectologista ainda disparou contra o trabalho da equipe técnica da prefeitura no combate à pandemia. “A assessoria da prefeitura deixa a desejar porque não estudou e não sabe o que está fazendo. O que é preciso é criar uma programação para que todos os ambientes atendam à nova normalidade”, recomendou.