Polícia diz que seguranças pediram R$ 700 para liberar tio e sobrinho acusados de furtar carne no Atakarejo

Três seguranças do estabelecimento e quatro suspeitos de tráfico de drogas foram presos envolvimento no caso


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redacao 10/05/2021 18:39 Cidades

Em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (10), a Polícia Civíl divulgou que os seguranças do supermercado Atakarejo, localizado no Nordeste de Amaralina, mentiram no depoimento do caso envolvendo a morte de dois homens, acusados de furto de carne no estabelecimento. 

Na coletiva, a polícia acrescentou que os seguranças também pediram R$ 700 para liberar as vítimas.

Três seguranças do estabelecimento foram presos na manhã desta segunda, após uma operação que investiga as mortes de Bruno e Yan Barros da Silva. O gerente do supermercado se apresentou à polícia na tarde desta segunda, mas foi liberado após prestar esclarecimentos.

O tio e sobrinho foram mortos após serem flagrados furtando carne do estabelecimento, no final do mês de abril. A família das vítimas diz que os seguranças do mercado entregaram Bruno e Yan para traficantes da região do Nordeste de Amaralina.

A diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Andréa Ribeiro, revelou que, no depoimento, os seguranças chegaram a negar que teriam entregue as vítimas para traficantes da região. No entanto, as investigações em apontam que eles mentiram.

“Eles foram ouvidos em um primeiro momento aqui na nossa unidade policial, só que no decorrer das investigações, nós fomos trazendo aos autos outros depoimentos, outras testemunhas. Inclusive uma outra vítima que também sofreu violência física no ano passado, em circunstâncias muito parecidas. Foi algo determinante na investigação, para que nós pedíssemos a prisão dos seguranças”, disse, segundo informações do portal G1.

“Começamos a perceber que a ação era algo muito padrão dentro do estabelecimento, não foi uma atuação direta nesse caso que culminou no duplo homicídio. Nós conseguimos identificar, a partir da comparação entre a fala deles [seguranças], o depoimento deles, e a ação anterior a essas falas, de que eles não estariam falando a verdade”, detalhou a delegada Andréa Ribeiro.

Em conversa com o G1 no dia 29 de abril, a mãe de Yan, Elaine Costa Silva revelou áudios em que Bruno pedia dinheiro a uma amiga, para pagar as carnes que eles teriam furtado de um supermercado. No áudio, a vítima relata que os seguranças pediram R$ 700 para liberar tio e sobrinho.

Durante a coletiva desta segunda, a delegada confirmou que um dos seguranças pediu o valor.

“A informação que chegou para a gente e está documentada é de que um dos seguranças, que a gente ainda não consegue identificar qual, pediu o valor. Teria havido pedido esse valor, a fim de liberar as vítimas. Esses valores seriam os valores que cobririam a carne furtada”, disse a diretora do DHPP.

Em nota, nesta segunda-feira, o Atakarejo informou que não comenta decisões judiciais e que vai continuar colaborando com as autoridades para que o crime seja esclarecido o mais rapidamente. Disse ainda que reitera a solidariedade aos familiares das vítimas e afirmou que a empresa não tolera qualquer tipo de violência.

Além do Nordeste de Amaralina, os mandados foram cumpridos nos bairros da Mata Escura e Fazenda Coutos, na capital baiana, e no município de Conceição do Jacuípe, a cerca de 100 quilômetros de Salvador.

O crime aconteceu no dia 26 de abril, mas só na última quinta-feira (6), o supermercado Atacadão Atakarejo informou que os seguranças envolvidos no caso foram afastados.

O caso

Na noite do dia 26 de abril, dois homens foram achados mortos na localidade da Polêmica, em Salvador. De acordo com a Polícia Civil, eles foram torturados e atingidos por disparos de arma de fogo. À ocasião, a polícia informou que a motivação do crime estava relacionada ao tráfico de drogas.

Um dia depois, no dia 27, eles foram identificados como Bruno Barros e Yan Barros. Já no dia 29 de abril, a mãe de Yan, Elaine Costa Silva, revelou que ele foi morto após ter sido flagrado pelos seguranças do supermercado Atakarejo por furtar carne no estabelecimento.

Segundo ela, o tio de Yan, Bruno, que também foi morto, enviou áudios a uma amiga contando o que tinha acontecido e pedindo ajuda para não ser entregue aos traficantes do Nordeste de Amaralina. No áudio, Bruno chegou a pedir para que a amiga chamasse a Polícia Militar, o que a jovem alega ter feito.

A PM afirmou, entretanto, que a 40ª CIPM não foi acionada para atender a ocorrência. Mas disse que foi até o local assim que tomou conhecimento do caso por meio da população. A polícia também disse que, ao chegar ao estabelecimento, funcionários não confirmaram o fato.

No dia 30 do mesmo mês, parentes e amigos dos dois homens fizeram uma manifestação na rua onde eles moravam, em Fazenda Coutos, e depois na frente do Atacadão Atakarejo que fica no mesmo bairro.

O grupo bloqueou a rua próximo à Base Comunitária da Polícia Militar pedindo justiça. Emocionada, a mãe de Bruno , Dionésia Pereira, chegou a passar mal durante o ato. Depois, eles entraram no supermercado e com cartazes fizeram um protesto.

Na época, o Atakarejo disse que cumpre a legislação vigente e atua rigorosamente comprometido com a obediência às normas legais, e que não compactua com qualquer ato em desacordo com a lei.

Disse também que os fatos questionados envolvem segurança pública e que certamente serão investigados e conduzidos pela autoridade pública competente.

Também no dia 30, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) informou que ao tomar conhecimento do fato envolvendo Bruno Barros e Yan Barros, adotou as providências cabíveis nesta fase preliminar de apuração, autuando uma notícia de crime e encaminhando ao Núcleo do Júri da Capital.

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