Polícia Civil diz reprovar ação de delegacia que registrou boletim de cantora trans com “nome fantasia”

A Polícia Civil diz que reprova conduta de delegacia onde a cantora Nathalya Araújo teve nome social registrado no boletim de ocorrência como “nome fantasia”.

Após sofrer uma tentativa de agressão, na última sexta-feira (16), na Avenida ACM, a cantora registrou a queixa na delegacia da Pituba e ficou surpresa quando recebeu o documento. O órgão diz reprovar veementemente as condutas e que a denúncia será apurada.

Na sexta-feira, ao quase ser espancada e apedrejada no ponto de ônibus da Avenida ACM, por três rapazes, a artista se direcionou para a delegacia da Pituba para registrar a queixa. A artista, que havia explicado que está em processo de retificação do nome e que desejava ser chamada como Nathalya, disse ao Portal M! que seu desejo foi respeitado pelo policial, no entanto, recebeu o documento com pronomes de tratamento e referências a ela no masculino e no feminino, tendo o seu nome social identificado no texto do Boletim, como “nome fantasia”.

Perguntada sobre os treinamentos que são oferecidos aos policiais para lidar com as vítimas de transfobia, a Polícia Civil informou, através de nota enviada pela assessoria de comunicação, que a Academia da Polícia Civil (Acadepol) realiza constantes capacitações para o aperfeiçoamento dos atendimentos aos grupos vulnerabilizados.

Boletim de Ocorrência. Foto: arquivo pessoal

A Acadepol disse ainda ter um termo de cooperação técnica com as secretarias estaduais de Políticas para as Mulheres (SPM) e de Promoção e Igualdade Racial (Sepromi) para aperfeiçõar o atendimento com foco no gênero, raça e diversidade.

“A Polícia Civil também dispõe de uma Ouvidoria própria para o acolhimento de críticas, reclamações, sugestões e elogios, no e-mail ouvidoria.pc@pcivil.ba.gov.br ou pelos telefones: (71) 3116-6408 / 99631-5259”, finaliza a nota.

Leia: Cantora de pagode é vítima de transfobia na Avenida ACM