Pesquisa sugere que cratera na Ilha de Itaparica pode ter sido originada pelo antigo método de extração de sal-gema

A cratera próxima à vila de Matarandiba, na Ilha de Itaparica, Bahia, pode ter origens no antigo modelo de extração de sal-gema em poços desativados na década de 1980, de acordo com a segunda etapa do estudo geomecânico realizado pela empresa alemã IFG (Institute for Geomechanics), concluída em maio de 2023. A Dow, empresa responsável pela área, divulgou na sexta-feira (1º) que a estrutura, que surgiu em maio de 2018, agora tem 116 metros de comprimento, 43 metros de largura e 22 metros de profundidade. As informações são do G1 Bahia.

O fenômeno, conhecido como “sinkhole” ou “vazio subterrâneo”, teve variações ao longo do tempo, conforme dados revelados pela Dow. Em abril de 2021, o buraco tinha 111 metros de comprimento, 48,9 metros de largura e 24,4 metros de profundidade. As mudanças são consideradas características desse fenômeno geológico, mas ainda não é possível prever quando a situação se estabilizará, dependendo de fatores geológicos e ambientais não detalhados.

Segundo a empresa alemã, a vila de Matarandiba, bem como a área atual de exploração de sal-gema da Dow e o acesso à ilha, estão seguros. O estudo indicou que a formação de um novo sinkhole nessas áreas é remota. A Dow destaca que atualmente utiliza um novo modelo de extração de sal-gema em Matarandiba, com tecnologia para parâmetros de segurança e estabilidade.

Apesar dessas informações, um inquérito civil público foi aberto pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF) para apurar o surgimento do fenômeno. Em 2019, o MPF discutiu com a Dow e o Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) sobre possíveis riscos à população e ao meio ambiente na região, mas a empresa afirmou que não há perigo para a população local.

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