Para dirigente do Sindae, maioria das críticas à Embasa diz respeito às  atribuições de outros órgãos

Com cerca de três milhões de ligações de água e atendendo a uma população de mais de 10 milhões de pessoas em 368 municípios do estado, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) sofre muitas críticas quanto ao serviço prestado à população. Para o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae-Ba), Grigório Maurício Rocha, “é preciso qualificar essas críticas”.

“Muitas críticas que a Embasa recebe dizem respeito a questões que não são de responsabilidade da empresa, como a repavimentação asfáltica após manutenções emergenciais ou alagamentos que são provocados por obstrução nas redes de drenagem pluvial, que são questões de responsabilidade das prefeituras”, disse Grigório ao Portal M!.

Cerca de 92% da população urbana é atendida com redes de abastecimento de água e 79% com redes de esgoto. Segundo dados da Embasa, que se apresenta como a empresa estadual de saneamento que mais avançou na universalização de serviços de água e esgotamento sanitário no Brasil, o índice de satisfação dos cidadãos alcançou 80% em 2019.

Ainda segundo o coordenador do Sindae, a Embasa “precisa voltar a realizar concursos públicos para repor o quadro técnico que vem se aposentado nos últimos anos e diminuir a terceirização”.

A Embasa também vem desenvolvendo ações permanentes contra ligações clandestinas. O percentual estimado das irregularidades é de 18%, segundo dados do balanço da empresa de 2019. O índice é considerado alto por Grigório, mas ele lembra que está muito próximo da taxa de desemprego na capital baiana, que gira em torno de 20%.

“Este índice piorou com a Reforma Trabalhista e tende a se agravar mais ainda com a pandemia do Covid-19”, disse ao Portal M!. “O ideal é que, além da Tarifa Social que a Embasa já pratica, houvesse um fundo público nacional de saneamento para subsidiar a população de baixa renda, de modo que fosse garantida, ao mesmo tempo, a sustentabilidade financeira da empresa e o direito à água para a população mais pobre”, completou.