“O ser humano é o ser da falta, da carência, da incompletude”, diz o psiquiatra Antônio Pedreira
Para o psicoterapeuta, a receita é viver um dia de cada vez e da melhor forma possível
Em entrevista ao Portal M!, o psiquiatra Antônio Pedreira disse que “o ser humano é o ser da falta, da carência, da incompletude” e carece de cuidados, sobretudo, nesse momento de instabilidade causado pela pandemia.
“É o ser que inclusive sabe uma coisa que tem chamada finitude. Sabe que vai morrer um dia. Mas eu vou dizer uma coisa aqui pra vocês que eu aplico para mim. Eu só vou morrer um dia. No dia da minha morte. Mas eu vejo todo dia muita gente morrendo toda hora. Morre não sei quantas vezes, antecipando a morte. Então eu digo sempre assim: que morte e vida são duas faces da mesma moeda. Então eu vou capitalizar em cima da vida”, pontuou.
Segundo o psicoterapeuta, a receita é viver um dia de cada vez e da melhor forma possível.
“Essa é a receita que eu gosto de passar para meus clientes para eles treinarem, porque, acredite, a vida inteira da gente foi ouvindo que “pense no futuro, pense no dia de amanhã, seja econômico, faça poupança, previdência privada”, um bocado de coisa assim”, ressaltou.
Questionado sobre como identificar e superar as limitações das pessoas que fazem com que a própria vida paralise, Pedreira disse que “essas crenças limitantes são crenças disfuncionais que não funcionam de pleno acordo com nossa fisiologia, e refletem dando sintomas físicos”.
“Porque o que afeta a mente, afeta o corpo; o que afeta o corpo, reflete na mente. Ora, então, essas crenças precisam ser primeiramente entendidas. Toda crença é um pensamento. Já vi as pessoas falarem que os anos 2000 não chegariam e foi um sufoco, a gente está em 2021. Já vi tanta gente quando começou a pandemia dizer que era o fim do mundo e dizia que está um caos, e no Gênesis está escrito: no princípio era o caos. Então o caos não é o fim, é o início de tudo”, disse.
Para o psicoterapeuta, se a pessoa conseguir mudar essa crença, isso precisa de ajuda.
“Porque a pessoa formula essas crenças muito cedo na vida, em uma fase na vida entre 0 e 8 anos de idade, que foi incutido na cabeça do ser humano. Por exemplo, o pai que tem uma filha e para protege-la dos homens não confia em homem nenhum, nem em seu pai. Então está dizendo a ela o quê? Ou seja, ela não vê homem, ou então quem for homem faça uma CPI diária com ele. Eu sei que quem sofre a crença limitante, tem cegueira na mente. Então uma das intervenções importantes é a pessoa repensar, uma ajuda especializada fica melhor, nessas crenças mesmo”, explicou.
Pedreira também explicou ao M! que a politização dos fatos e questionamento da ciência “tende a ser uma coisa que gera uma polarização grande. E com isso gera fanatismo”.
“A gente sabe que tem três coisas que não se pode discutir hoje no país: religião, política e futebol. Nunca vi ninguém mudar de time, ninguém mudar de partido por causa de alguma conversa. A pessoa tem o sistema de crenças acirrado àquilo, porque aquela crença ajudou a pessoa a sobreviver em um dado momento. Por que no Brasil está havendo tanta confusão sobre o valor da ciência e da vacina? Por uma dificuldade de educação. O povo ainda está muito pouco instruído, então ainda acreditando muito em crendices, magia, superstição, ao invés de crer na realidade fática”, ressaltou.
A fé é um dos melhores instrumentos para passar por situações de dor e sofrimento. No entanto, muitos questionam “onde está Deus na pandemia”? Antônio Pedreira diz que “Deus está em todo lugar, está dentro da gente”.
“Então tem o recado “faz sua parte que eu te ajudarei”. Mas a pessoa fica às vezes exigindo muito de Deus, como se Deus tivesse com um computador lá em cima e seguindo todo mundo aqui embaixo, punindo… Mas Ele está presente sim, e está iluminando inclusive os profissionais da área de saúde para que deem o melhor tratamento possível, a descoberta de vacinas, e outras coisas mais”, disse.
Ele lembrou ainda que “há um ano a gente não tinha nem vacina, e agora a gente tem essa quantidade enorme de imunizante”.
“A fé é muito importante, sim. Só que além da fé, é preciso atitudes também físicas que sejam saudáveis. Uma propriedade chamada resiliência, que está muito em moda essa palavra, e que quer dizer, em outras palavras, a pessoa tolerar o máximo de incerteza, o máximo de dúvida sem se abalar mentalmente. Isso requer treinamento”, finalizou.
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