‘O jornalismo profissional é o antídoto contra as fake news e a desinformação’, afirma Marcelo Rech

O presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Marcelo Rech, disse que as redes sociais são uma plataforma relevante na comunicação e na disseminação de informações. Porém, em entrevista ao colunista do jornal A Tarde e editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, ele ressaltou que essas mídias foram rapidamente abduzidas, tomadas como reféns por aqueles que fazem da desinformação a sua atividade central para confundir a população. “O que se imaginava como um paraíso veio junto um inferno”, disse Rech.

“As redes sociais foram rapidamente abduzidas, digamos, tomadas como reféns por aqueles que fazem da desinformação a sua atividade central para confundir a população. As pessoas recebem um conteúdo, e aí a rede social, e vale também os serviços de mensagem, como o WhatsApp, não conferem a origem, se é verdadeiro aquele conteúdo ou não. Às vezes é um vídeo, um vídeo que parece absolutamente realista, e ele é mentiroso, é fake, é uma invenção. Recebem um áudio, um áudio completamente falso, mas parece verdadeiro. E as pessoas de boa fé repassam isso”, ressalta.

Nesse panorama, o gestor enxerga talvez a mais grave ameaça à democracia no mundo. Para ele, o jornalismo profissional é o antídoto contra as fake news.

“Para haver democracia você precisa ter a escolha. A escolha de proposta, a escolha entre biografias, a escolha entre projetos. E no momento em que a escolha é obscurecida, ela é desvirtuada por mentira, por desinformação, por fatos que não são verdadeiros, o próprio processo democrático fica desvirtuado. Então essa é a grande ameaça. O contraponto, o antídoto para a desinformação, para essa ameaça à democracia, ameaça ao direito da população a se informar sobre a realidade, é a imprensa profissional”, afirmou. 

“O jornalismo profissional é o antídoto contra as fake news e a desinformação. Então se veio de uma fonte profissional, se veio de uma fonte de jornalismo, que tem na sua atividade a busca do acerto, então ok. Mas se por acaso não tem essa origem, não identifica essa origem, é melhor não repassar esse conteúdo, deletar, não acreditar nele”, recomendou o presidente da ANJ.