“Não vivemos nenhum risco à democracia”, afirma Fernando Barros

O publicitário Fernando Barros é otimista sobre o processo de retomada da economia no pós-pandemia. Dono da Propeg, uma gigante do setor publicitário do país, ele prevê um retorno mais próximo daquilo que se chama de retomada em V. Para Barros, que transita com desenvoltura pelos círculos do poder, as eleições desse ano serão o mais próximo do normal possível. Ao colunista do jornal A Tarde e editor-chefe do Portal Muita Informação, o jornalista Osvaldo Lyra, ele disse que não vivemos nenhum risco à democracia.

“Eu penso que o Brasil é grande demais para admitir uma reversão democrática. É muito grande, tem muita gente aqui, o país é a coisa mais magnífica que existe na América do Sul. Então você pegar um país que é pequeno e ali acontecer uma revolução a cada 5, 10 anos, tudo bem. Mas aqui já é mais difícil. Você tem mais de 200 milhões de pessoas. Pense. Para você hibridizar tudo isso aí por debaixo de uma revolução… É possível? É. Mas é muito difícil. Não dá pra pegar 200 e tantos milhões de pessoas e dizer: “olha, quem manda agora sou eu, eu estou com tanque na rua e fuzil cheio de bala”. Não tem nem bala para isso, nem fuzil e nem tanque”, afirma o publicitário.

Ainda conforme ele, o Brasil não é a Rússia e que os jornalistas precisam criar carapaças para lidar com os ataques. “Porque a Rússia tem um regime totalitário e tem uma armada totalitária. Nós não temos isso aqui mais. Nós não temos. Sinceramente não acredito que haja ameaça e tal. E quanto aos jornalistas, eles têm que suportar. Têm que aprender que a vez deles de criar carapaças na cara é agora. 

O dono da Propeg também fez uma avaliação do mercado publicitário no Brasil? “Acho que o mercado publicitário está começando a caminhar de novo. Os anunciantes, quando descobrem, sentem o cheiro que os mercados existem ainda, eles correm logo para fazer o quê? Para fazer aquilo que assegura a sobrevivência deles e o crescimento, que é se fazer notado, se fazer sentido, se fazer ouvido. Então todo mundo corre para anunciar. Eu penso que deve ter aí o buraco para ser tapado de próximo de 25%. Pode chegar a 30%, sim. Mas vai acabar voltando. Muitos anunciantes desapareceram. Também desapareceram muitas agências e desapareceram muitos produtos. Eu estava vindo para casa alguns minutos atrás e a quantidade de placa de “aluga-se” é enorme. Você passa por uma avenida de vale e é uma atrás da outra. Isso é um significado que, poxa, muita coisa foi pelo ralo. Mas renascerá muita coisa também daqui a pouco. Isso que foi pelo ralo pode estar sendo atendido por outros canais, por outros modos de distribuição”, finaliza.